O Banco Central é a única coisa da administração federal em que Lula não manda, e ele não se conforma que seja assim
J. R. Guzzo
A guerra enraivecida que o presidente Lula faz neste momento contra o Banco Central é um escândalo a céu aberto. Lula, para se falar português claro e na ordem direta, está agindo para destruir as instituições, essas mesmas instituições tão sagradas para o Supremo, o Congresso e tanta gente mais — pois, queiram ou não queiram, o Banco Central é uma instituição brasileira, encarregada de cuidar da estabilidade da moeda nacional e independente do Poder Executivo por força de lei.
A moeda é um
bem público; não pertence, como Lula está querendo, aos que mandam no governo,
e muito menos a ele. Tem de estar protegida de interesses políticos,
ideológicos e pessoais — de novo, tudo o que Lula não quer. A autonomia do
Banco Central não é um capricho da “direita”, uma exigência do “mercado” ou uma
invenção de Jair Bolsonaro para agradar os “ricos”. É uma peça institucional do
Estado e uma conquista do povo brasileiro — em vez de ficar com o valor do seu
dinheiro entregue aos desejos do presidente da República, o cidadão tem o seu
patrimônio material resguardado por um órgão independente, que não presta
obediência à política e nem serve à demagogia dos políticos. Lula, o PT e a
esquerda querem acabar com isso.
O presidente, em sua ira, não
está manifestando uma discordância quanto à política de juros, ou a outras
questões de gestão econômica que fazem parte das tarefas legais do Banco
Central. Também não está, como diz hipocritamente o seu Sistema, “propondo um
debate” sobre o assunto. Está dizendo, simplesmente, que uma instituição
brasileira deve ser eliminada — ou ser amputada de sua característica mais
importante, o que dá exatamente na mesma. Segundo o Supremo, e segundo repetem
todos os dias as diversas polícias ideológicas de seu governo, isso é proibido;
não se pode agredir as “instituições”, nem pregar “animosidade” contra elas. Mas
Lula não apenas faz as duas coisas, como espalha ódio e distribui insultos a
quem discorda de sua posição. Acusa o Banco Central de causar a miséria no
Brasil. Diz que a autonomia é “uma bobagem”. Chamou o presidente do banco, que
jamais lhe fez mal algum, de “esse cidadão”. Que raio de “debate” existe nisso
tudo? Seu Ministério da Verdade acusaria de espalhar fake news, ou
no mínimo de “desinformação”, quem dissesse que o órgão encarregado da
estabilidade da moeda é responsável pela pobreza — ou pela política econômica.
E que tal dizer, por exemplo, que a autonomia da justiça é uma “bobagem”? Na
mesma linha: por que Lula não chama a atual presidente do STF de “essa cidadã”?
Onde está a valentia que exibe contra adversários que não podem se defender?
Lula
está pouco se lixando para os pobres. Quer um governo que distribua dinheiro
barato para os amigos e compre a sua permanência no poder
Lula e a esquerda insistem em
dizer que o presidente do Banco Central não foi eleito por ninguém; não
poderia, portanto, mandar em nada. É um argumento cretino. Os ministros do STF
também não são eleitos, e ninguém está exigindo que eles deixem de ter
autonomia. E então: Lula vai dizer que o ministro Alexandre de Moraes não pode
tomar as decisões que toma? Ou vai se esconder alegando que o Supremo é
“diferente?” O Supremo não é diferente — é o que a lei diz que ele deve ser.
O Banco Central também não é
diferente de coisa nenhuma. Tem independência em relação ao governo porque a lei
brasileira diz que tem de ser assim. Essa lei foi aprovada pelo Congresso
Nacional e sancionada pelo presidente da República em 2021. Em agosto de 2021,
por 8 votos a 2, o STF decidiu que ela é constitucional. Qual é, então, o
problema? O problema é que Lula, desde o seu primeiro dia no governo, joga
tudo na promoção do tumulto — e dos seus interesses pessoais, que ele julga
favorecidos pelo tumulto que cria. Essa desordem, por sinal, é um dos
principais motivos para que os juros não baixem. Lula, de propósito, faz
declarações abertamente irresponsáveis sobre a economia — quando não são feitas
por ele, essas agressões vêm da incompetência primitiva da sua “equipe
econômica”, ou da treva pura hoje instalada na direção do PT. A inflação,
naturalmente, já estaria a caminho da disparada, com a campanha destrutiva
feita pelo presidente e por seu Sistema contra a estabilidade da economia
brasileira. É para segurar, na medida do possível, a alta de preços e a
desvalorização do real que “esse cidadão” mantém os juros nos 13,75%. (Outro
dos seus graves delitos, para o PT e a mídia, é a suspeita de que votou nas
últimas eleições vestindo uma camiseta com as cores verde e amarela da bandeira
nacional.)
Lula não tem um projeto de
governo para o Brasil. Tem um plano de destruição de tudo aquilo que veio antes
dele — não só do governo Bolsonaro, mas também do governo Michel Temer e do que
sobrou dos governos de Fernando Henrique. O Banco Central faz parte desse
plano, mesmo porque uma de suas funções é cuidar dos US$ 320 bilhões das
reservas internacionais do Brasil. Eis aí uma questão-chave do projeto de
demolição geral — Lula quer doar parte desses bilhões para as suas ditaduras
amigas de Cuba, Venezuela, Nicarágua etc., e para isso precisa de algum haddad
ou mercadante prestando obediência a ele no comando do Banco Central.
O presidente parece não se
importar com o que a opinião pública acha disso, ou do fato de que a única obra
do seu governo é um gasoduto na Argentina, ou de morar com dinheiro do pagador
de impostos num hotel de luxo, porque acha que o Palácio da Alvorada não é
adequado para as exigências do seu conforto. Por razões ancoradas nos
julgamentos políticos que faz hoje, Lula acredita que só tem a ganhar com um
Brasil em estado de desmanche; fica mais agressivo sempre que se formam
situações difíceis, e estima que a agressividade joga a favor da sua manutenção
no poder. O Banco Central é um elemento fundamental para um país que queira viver
em ordem, dentro da normalidade e com respeito à lei. Não serve para o
plano-mestre do presidente da República — ou para algo que dá toda a impressão
de ser isso.
Título e Texto: J. R. Guzzo,
Revista
Oeste, nº 152, 17-2-2023
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