Miguel A. Baptista
Penso que é a totalidade das
empresas em bolsa que tem as suas holdings sedeadas nos Países Baixos. Quando a
Jerónimo Martins, e afins, apresentam resultados chove sempre um chorrilho de
críticas. Penso que, mais do que criticar, seria interessante procurar
compreender as causas por que o fazem. Por exemplo, se calhar, não estão
dispostas a ter que lidar com um sistema de justiça que poderá demorar dezenas
de anos a resolver um litígio de uma centena de milhão de euros. A
competitividade fiscal também será importante, mas para isso até há soluções.
Se se considerar que a
existência de casas devolutas é um problema, seria interessante procurar
entender por que ocorre. Se calhar os senhorios sentem-se desprotegidos quando
acontecem situações de má-fé em que o inquilino não paga e causa danos à
habitação.
Criticar empresas que se sediam no estrangeiro, ou proprietários que optam por não colocar as suas casas no mercado, é relativamente fácil, e provoca alívio. Mas em nada resolve os nossos problemas.
Ver quais são as causas que estão por detrás destas ineficiências e procurar desmontá-las é o caminho. No entanto, para um socialista tal implica enfrentar interesses instalados e, acima de tudo, dá "muita trabalheira". É mais fácil deixar tudo como está e arranjar uns bodes expiatórios contra os quais o povo possa destilar o seu ódio.
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O bode expiatório, de William Holman Hunt |
Título e Texto: Miguel A.
Baptista, Corta-fitas,
26-2-2023
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