sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Ucrânia, a Nova Ordem Mundial e a 3ª Guerra

Leandro Ruschel  

Hoje faz um ano que a Rússia invadiu a Ucrânia, produzindo profundas mudanças geopolíticas, ou melhor colocando, acelerando certos acontecimentos que já estavam em curso. 

Muitos analistas insistem em pintar a guerra como uma releitura do velho conflito entre Oriente e Ocidente que moldou o mundo pós-Segunda Guerra, mas a situação atual é muito diferente. 

No passado, o bloco Ocidental representava o mundo livre, defendendo o modelo de democracia representativa de livre mercado, ancorado nos valores judaico-cristãos, contra as ditaduras comunistas que orbitavam a URSS, uma economia planificada pobre exercendo seu poder através do poder militar e da infiltração cultural nas instituições ocidentais. 

O "Fim da História" foi decretado após a queda do Muro, e a aparente vitória ocidental, com a expectativa de implementação do modelo liberal em escala global. A abertura econômica da China figurava como prova definitiva. O velho lema hippie do "faça amor, não faça guerra", fora modificado para "faça negócios, não faça guerra". 

Faltou combinar com os russos, literalmente. E com os chineses, que tomaram os trilhões de investimentos ocidentais nas últimas décadas para desenvolver uma formidável máquina de guerra política, econômica e militar contra os seus próprios financiadores, confirmando a profecia de Lênin. 

No maior plot twist da história humana, Putin, filho da KGB que envenenou o Ocidente por décadas com o seu lixo cultural, se apresenta agora como o líder conservador global, defendendo a família e o cristianismo. É tão verdadeiro quanto uma nota de 3 rublos. 

O problema é que as potências ocidentais também fizeram uma guinada de 180 graus. Liberdade de expressão, livre mercado, meritocracia, propriedade privada e tradição cristã viraram palavrões, substituídos por governos centrais cada vez mais poderosos, mais impostos, assistencialismo, e libertinagem sexual absoluta, sem esquecer das políticas racialistas e do igualitarismo radical, no lugar da liberdade. 

O Ocidente está nas mãos de uma elite totalitária, que sonha com a implementação de um governo global, controlando tudo e todos, não muito diferente da China comunista, onde você tem liberdade para trabalhar e enriquecer, desde que abaixe a cabeça para o PCC, e não fique no seu caminho. 

Pobre povo ucraniano, que se vê no meio de uma guerra entre dois projetos totalitários de dominação global, lembrando a Polônia, no começo da 2ª Guerra. 

Resta à fatia sã da sociedade defender um acordo de paz baseado no retorno das fronteiras antes da guerra, aceitando os pequenos enclaves russos no Oeste da Ucrânia. 

Infelizmente, não é o que os globalistas querem. Ao invés de direcionar o conflito para uma resolução pacífica, estão escalando o confronto, ao ponto de defender a derrubada de Putin, o que o coloca numa posição de animal acuado. O problema é que esse animal tem um botão vermelho na mão, com o potencial de acabar com a vida de bilhões de pessoas. O segundo problema é que alguns círculos globalistas parecem gostar da ideia, pois seria a solução para o "excesso de carbono" no mundo. 

Infelizmente, não há mocinhos nessa história toda. Putin é um ditador sanguinário, mas o Ocidente parece utilizar a Ucrânia como bucha de canhão, numa guerra que pode acabar com todos nós.

Título e Texto: Leandro Ruschel, 24-2-2023 

Relacionados: 
I-Média n°432 - Match Russie/USA :les médias supporters de Biden 
Poutine X Biden : le bras de fer - JT du mardi 21 février 2023 
Katya Kopylova, diplomate russe: “L’Occident soutient des actes de terrorisme d’État !” 
Ato de guerra: Forças militares dos EUA fizeram explodir o gasoduto Nord Stream 
Ukraine : le suicide européen ? - JT du lundi 13 février 2023 
Ukraine : la guerre du mensonge - JT du vendredi 3 février 2023 

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.

Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.

Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-