Haroldo Barboza
As chuvas de 7 de fevereiro causaram
enormes estragos na combalida capital do Estado do Rio de Janeiro e alguns
municípios adjacentes. Até este momento foi noticiado que seis pessoas
faleceram arrastadas pelas enxurradas ou desabamentos de casas nas encostas não
fiscalizadas. Fora mais uns dez desaparecidos.
O volume de água que caiu sobre a nossa
cidade em quatro horas, superou o que era previsto para o mês inteiro. As
causas são as mesmas dos últimos setenta anos: falta de planejamento, obras sem
manutenção, obras em andamento (velocidade de tartaruga), obras interrompidas
(material abandonado ajuda a entupir vias de escoamento), bueiros sem limpeza
bianual e falta de orientação maciça para que o povo saiba onde colocar o lixo
caseiro (e que aprenda a cobrar seu recolhimento regular).
Um taxista comentou que até a Praça da
Bandeira, possuindo um tanque subterrâneo para armazenar milhares de litros,
não deu vazão ao temporal agressivo. Sem possibilidade de conferir a obra, mas
conhecendo nossos governantes, concluímos que o tanque deve ter sido faturado
pelo triplo do preço, com metade do volume prometido e as vias para coletar
estas águas, devem estar tão entupidas quanto os ralos das ruas.
Nestes momentos de destruição generalizada, o Governador (que passa por cima dos “rios” voando), anuncia que “medidas” de ajuda aos prejudicados estão previstas e que alguma comissão vai implantar obras de contenção nas encostas que cercam as cidades.
Esperamos que a tal “comissão” não seja
a mesma que no ano de 2021 anunciou mutirão total para recuperar Petrópolis de
evento similar ao de nossa localidade. O retrato atual desta região dá dó. Se
os moradores não tomarem iniciativa, a lembrança do caos ficará viva por
dezenas de anos.
Gostaria de sugerir que a equipe a planejar
tais projetos seja a que já está recuperando o sambódromo (virou riacho) para
dar tempo das escolas (de samba, claro) encontrarem um cenário de alta
qualidade para que o Carnaval encante os turistas que ainda possuem coragem em
nos visitar.
Nossa sociedade é um colosso. Sobrevive
no fundo do poço.
Título e Texto: Haroldo P. Barboza
– Vila Isabel/RJ – fevereiro 2023
Rio de Janeiro vive terça-feira de caos em dia de fortes chuvas
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