sexta-feira, 13 de janeiro de 2023

[Foco no fosso] Tornando-se nobres

Haroldo Barboza 

Mais de 95% das autoridades governamentais acompanham a veloz escalada da violência em nosso território em função das medidas sociais que estão engavetadas há três décadas ou mais. 

Nada fazem por quatro motivos básicos: 
- vivem cercados por seguranças durante 24 horas; 
- o caos nacional serve como trampolim eleitoral a cada qautro anos; 
- 80% recebem propinas do mercado macabro de drogas e armas; 
- em caso de revolta nacional integral, seus aviões estão prontos para levá-los a um país próximo para gastarem as fortunas que montaram com tal desprezo pelos seus eleitores abandonados à própria sorte.

Integrantes deste universo de autoridades apoiam os engodos montados para serem estampados nos jornais e serem exibidos em vídeos além das nossas fronteiras, para mandar o seguinte recado: “Prezado turista otário, venha ao nosso país durante o Carnaval trazendo sua moeda, pois os impostos extorsivos que sugamos da população local já não contentam nosso bando de dirigentes incompetentes e vorazes. Não se preocupem com o covid, que só será ‘detectado’ após os festejos para conseguirmos verbas para os ‘hospitais de campanha’”. 

E os tais turistas acreditam que as UPPs exterminaram os portadores das armas de fogo, quando na verdade os empurraram para localidades a noventa minutos de distância do centro de atuação regular. 

Acreditam que escolas com goteiras, carteiras quebradas, professores mal pagos são instituições que preparam jovens para recebê-los com educação e conhecimento, quando, na verdade, muitos deles agora chefiam (armados) segmentos das quadrilhas citadas acima. Nossas escolas (de samba) estão bem supridas. As sociais, estão bem sofridas. 

Acreditam que UPAs sem equipamentos, sem curativos e sem equipes bem remuneradas estão prontas para atendê-los em caso de acidentes em algumas arenas terminadas às pressas, apesar de diversos locais prestes a provocar algum acidente previsível. 

Acreditam que BRTs, trens e metrô (com a 10ª parte da capacidade de qualquer país europeu) são as mágicas soluções de trânsito, quando, na verdade, apenas servem como depósitos de “sardinhas” espremidas e suadas durante quatro ou cinco horas por dia, com dezenas de micróbios fazendo intercâmbio nasal. 
Mas não fiquem envergonhados de serem enganados por estas manchetes fantasiosas que os iludem por alguns meses. Os nativos daqui são tapeados desde quando nascem em condições precárias. Exaurem suas vidas para cobrir os gastos das mordomias que a “realeza” se concede e nem por isto se organizam para dar um basta a isto. 

Nossos habitantes não se reúnem para mudar tal cenário pois suas agendas estão sempre lotadas: para acompanhar o paredão do BBB (até pagam para assistir), programas com dançarinas desnudas, novelas pífias, shows nas praias, ensaios de escolas de samba, filas de ingressos do futebol e pintura de ruas durante a copa para representar mais uma falsa alegria a ser exibida a vocês e atraí-los em busca das meninas que sonham engravidar com vocês para tornarem-se “duquesas” e “condessas” em algum castelo medieval. 

Nossa sociedade é um colosso. Sobrevive no fundo do poço. 

Título e Texto: Haroldo P. Barboza – Vila Isabel/RJ, janeiro de 2023 

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