sábado, 18 de fevereiro de 2023

FEMEN e o anticatolicismo

Ana Caroline Campagnolo

Se a biografia das feministas ou as suas teorias publicadas em livros consagrados não bastam para convencer do caráter anticristão do movimento, convém analisar mais de perto um exemplo institucional. O Femen é um grupo feminista criado por Anna Hutsol na Ucrânia, hoje sediado em Paris.

O movimento já estreou, em 2018, com uma série de topless protagonizada por Sasha Shevchenko, Oksana Sachko e a própria Hutsol. Comumente se diz que o movimento é radical demais e não representa as feministas.

No entanto, sabendo que o feminismo foi representado e puxado por eugenistas comoo Margaret Sanger, aliciadoras de menores como Simone de Beavoir e radicais como Shulamith Firestone, mostrar os seios em praça pública se torna uma mesquinharia.

O Femen não é a organização mais radical do feminismo, é apenas o grupo menos preocupado em disfarçar suas intenções. É até razoável dizer, numa primeira impressão, que chega a ser inofensivo e pueril, com estratégias escandalosas de provocação aos religiosos. Seja como for, o Femen revela, sem máscaras – e sem roupa – toda a sanha anticristã do feminismo.

Os lugares preferidos das ativistas envolvem Roma, qualquer capela ou igreja onde se esteja realizando um culto religioso. No Natal de 2017, por exemplo, uma ativista invadiu uma Missa do Vaticano para pedir pelo direito ao aborto e condenar a “homofobia”.

Apenas algumas poucas horas antes da Missa de Natal no Vaticano, ativistas do Femen representaram uma Virgem Maria moderna e livre, que fala contra as instituições religiosas patriarcais e suas práricas seculares de agressão e opressão das mulheres […] Maria se posiciona contra a homofobia na Igreja Católica e pede ao Vaticano que mude sua posição hostil contra a comunidade LGBT. Além disso, ela pede ao governo francês que resista à pressão exercida pelas instituições religiosas e que cumpra sua promessa de legalizar o casamento gay.

Em setembro de 2013, nove mulheres do Femen foram acusadas de danificar a catedral de Notre-Dame durante uma manifestação. Elas tocaram os sinos com varas de madeira e exibiram mensagens como “Adeus, Bento” e “Fora, homofóbico” rabiscadas em seus peitos despidos enquanto gritavam “Chega de Papa”. Evidentemente, a manifestação não funcionou e a Igreja Católica continuou a ter um Sumo Pontífice.

O protesto em Paris aconteceu logo depois que o Papa Bento XVI anunciou sua rtenúncia ao papado e coincidiu com o debate sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo na Assembleia Nacional Francesa […] advogado de “procedimento do Femen, Patrick Kulgman, chamou as acusações de “procedimento equivocado”.

As iniciativas do Femen têm inspirado mulheres feministas de todo o mundo a adotarem performances semelhantes. Em 2013, duas feministas lésbicas e seminuas se beijaram em frente a fiéis que estavam nas escadarias da igreja Nossa Senhora da Glória, no Largo do Machado, Zona Sul do Rio de Janeiro. Além de palavras  de ordem contra a Igreja, elas repetiam: “Eu beijo homem, eu beijo mulher, eu beijo quem eu quiser”. A encenação era parte de um ato maior:

Mais de 500 pessoas, entre ativistas de partidos, grupos LGBT, sindicalistas e trabalhadores estão reunidos no local e rumaram para o Palácio da Guanabara, onde o Papa Francisco se encontrará com o Governador Sérgio Cabral e a Presidente Dilma Roussef. No mesmo local, os ativistas farão um beijaço gay.

Em 2015, vestidas de freiras grávidas, ativistas de um coletivo feminista se manifestaram em La Paz contra a visita do Papa Francisco à Bolívia. Segurando cartazes nos degraus da  catedral onde o Papa recebeu autoridades locais, as falsas freiras pretendiam repudiar a posição da Igreja Católica contra o aborto e a homossexualidade. Num dos cartazes lia-se “A minha homossexualidade não precisa de sua aprovação, mas é a homossexualidade dentro da Igreja que precisa de reivindicação”.

Tão ou mais bizarra e, certamente, mais criminosa, foi a atuação de um pequeno grupo de mulheres na Argentina em 8 de março de 2017. Em frente à catedral católica da cidade de Tucumán, uma mulher fantasiada de Virgem Maria encenava o aborto de Jesus com fitas e tinta vermelha.

Em janeiro de 2018, um grupo de feministas protestou na catedral de Santiago do Chile, contra a visita do Papa Francisco. As mulheres vestiam apenas uma camiseta e, com as partes íntimas de fora, levantavam a bunda para quem passasse. O objetivo era responsabilizar a Igreja Católica pela condição da mulher no Ocidente. É razoável questionar quão opressora é essa condição que, afinal, permite a um grupo de mulheres que andem com a bunda de fora pelas calçadas e ruas da cidade.

Foto:Luis Hidalgo/AFP

Se por um lado, rejeitam a tradição milenar do cristianismo, por outro, as feministas apegam-se cada vez mais a religiões alternativas. Kristin Aune, colunista do The Guardian, divulgou uma pesquisa realizada com 1.300 feministas britânicas e concluiu que:

A falta de interesse das feministas na religião é acompanhada por uma atração um tanto maior por formas alternativas ou holísticas de espiritualidade, da ioga, meditação Reiki e Zen ao paganismo e à Wicca.

Essas formas de espiritualidade estabelecem-se como iguais ao gênero, e é provavelmente por isso que as feministas gostam delas […] os praticantes espirituais holísticos criaram imagens femininas de divindade, desenvolveram rituais positivos em torno da menstruação e do parto e deram às mulheres posições de autoridade espiritual.

Título e Texto: Ana Caroline Campagnolo, in “Feminismo: perversão e subversão”, VIDE Editorial, 2019, páginas 300/303
Digitação: JP, 18-2-2023

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