domingo, 8 de outubro de 2023

[As danações de Carina] Uma maneira diferente de se despedir da vida

Carina Bratt 

HOJE EU QUERIA, ou melhor, quero prestar uma homenagem para um grande amigo meu. Falo do poeta e trovador José Feldman, da cidade de Maringá, no Paraná. Ele publicou uma poesia que me deixou deveras impressionada. Boquiaberta, fora de mim. Não só pelo tema, como pelas palavras simples e bucólicas usadas na construção do texto.

Me deu a impressão que se despedia. Recente meu amigo completou aniversário. Espero que José Feldman tenha muitos e muitos anos de vida. Seu poema, a meu ver, é um trabalho de fôlego. Por ser desta forma, gostaria de trazer para todas as minhas amigas e leitoras da ‘Grande Família Cão que Fuma’ o que entendi como uma maneira diferente e sutil de sair de cena.

Falo de uma poesia que saiu em seu blog, ‘Singrando Horizontes’, na sexta-feira, 6 de outubro p.p. Trata-se do poema ‘MEU ADEUS’. Por assim, gostaria de repartir com todas vocês, nas minhas ‘Danações’ de hoje. Espero que gostem.


Quando minha vida extinguir,
não importa como morri,
pois se alguém te inquirir,
conte apenas como eu vivi.

Conte dos amores que tive,
dos amigos que deixei,
do pranto que não contive
e do tanto quanto penei.

Conte do abraço incontido,
da felicidade em viver,
de meu mundo colorido,
e do meu reerguer.

Conte os sonhos que eu sonhava
e o tanto que por eles batalhei,
do desânimo que me derrubava
e como dele me levantei.

Conte sobre nossos momentos juntos,
e o tanto de filmes que assistimos,
da enorme quantidade de assuntos
que nunca nós reprimimos.

Conte sobre minhas palhaçadas
e o quanto nós gargalhávamos,
tornando nossas vidas animadas
e o quanto nos deleitamos.

Conte sobre os gatos que amava
cuja saudade nunca extinguiu
de tanto que eu os idolatrava
e do carinho que por eles persistiu.

Conte como eu os tratava,
como minha vida por eles dediquei,
cada um que eu abraçava,
cada um que eu amei.

Conte sobre as cadelas da minha vida
e o tanto de amor que sempre lhes ofereci,
de como minha alma lhes era agradecida
e quando de suas partidas, o quanto morri.

Mas acima de tudo...

Conte que eu era meio tosco.
mas que tinha um grande amor
por todos que viveram conosco
e todos que vivi cada momento de dor.

Conte que eu não era perfeito
nem rico, nem doutor.
Conte que apesar de todo defeito
Eu sempre acreditei no amor.

Título e Texto: Carina Bratt, de Campinas, interior de São Paulo, 8-10-2023

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