terça-feira, 13 de setembro de 2011

Corrupção e desonestidade no Estado Brasileiro: individuais e sistêmicas

Julieta Pedrosa
Existem dois tipos de corrupção, assim como dois tipos de desonestidade em um Estado: as individuais e as sistêmicas. Uma excelente analogia, tanto para a corrupção quanto para a desonestidade, a meu ver, seria a do pirata e do corsário.

Um pirata sempre trabalhava por conta própria, roubando para si, com seus meios, correndo riscos. O pirata representaria a corrupção e a desonestidade individuais.

Já o corsário servia informalmente a uma bandeira nacional, só importando qual Estado pagasse mais. O corsário era equipado pelo Estado a que servia e com este dividia o produto do saque, do roubo, da prática do corso. O corsário representaria a corrupção e a desonestidade sistêmicas.

No Brasil, infelizmente, piratas sempre atacaram os cofres públicos. Mas o que vem acontecendo, e a um grau cada vez maior, é a atuação dos corsários: travestidos de agentes públicos, rapinam com o estímulo do próprio Estado, quase oficialmente, como fazia o corsário Francis Drake, sempre recebido em audiência na Corte e tornado Sir (cavaleiro) pela Rainha Elizabeth I da Inglaterra, por “serviços importantes” prestados à Coroa inglesa.

Na História, o fortalecimento do Estado moderno, autoritário, centralizador, tornou obsoleta a prática do corso entre países. Mas e o corso dentro de um país como o Brasil, perpretado por brasileiros com a anuência do comando político que domina por hora o Estado, como acabar com a prática?
Título e Texto: Julieta Pedrosa, 12-09-2011. Publicado originalmente no site “Observador Político”.

20 de setembro, 17h, Cinelândia, Rio de Janeiro
Edição: JP

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