Existem dois tipos de
corrupção, assim como dois tipos de desonestidade em um Estado: as individuais
e as sistêmicas. Uma excelente analogia, tanto para a corrupção quanto para a
desonestidade, a meu ver, seria a do pirata e do corsário.
Um pirata sempre trabalhava
por conta própria, roubando para si, com seus meios, correndo riscos. O pirata
representaria a corrupção e a desonestidade individuais.
Já o corsário servia
informalmente a uma bandeira nacional, só importando qual Estado pagasse mais.
O corsário era equipado pelo Estado a que servia e com este dividia o produto
do saque, do roubo, da prática do corso. O corsário representaria a corrupção e
a desonestidade sistêmicas.
No Brasil, infelizmente,
piratas sempre atacaram os cofres públicos. Mas o que vem acontecendo, e a um
grau cada vez maior, é a atuação dos corsários: travestidos de agentes
públicos, rapinam com o estímulo do próprio Estado, quase oficialmente, como
fazia o corsário Francis Drake, sempre recebido em audiência na Corte e tornado
Sir (cavaleiro) pela Rainha Elizabeth I da Inglaterra, por “serviços
importantes” prestados à Coroa inglesa.
Na História, o fortalecimento
do Estado moderno, autoritário, centralizador, tornou obsoleta a prática do
corso entre países. Mas e o corso dentro de um país como o Brasil, perpretado
por brasileiros com a anuência do comando político que domina por hora o
Estado, como acabar com a prática?
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20 de setembro, 17h, Cinelândia, Rio de Janeiro |
Edição: JP
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