Caro Ministro,
Quando o senhor era Senador da
República, estava do lado dos aposentados e pensionistas que recebem acima de
um salário mínimo. O senhor participou de vigílias no Senado, buscando a
solução dos nossos problemas; defendeu com veemência os direitos dos
aposentados surrupiados pelo governo, assumindo várias vezes a tribuna do
Senado para expor o seu ponto de vista a respeito desta situação; votou a favor
dos Projetos Legislativos 01/07, 3299/08 e 4434/08; votou a favor da derrubada
do maldito Fator Previdenciário, tão combatido pelo PT quando não era governo e
que votou contra a sua aprovação quando apresentado pelo governo FHC; enfim,
caro Ministro, o senhor ganhou a confiança dos idosos desprotegidos.
Agora, como Ministro da
Previdência Social, o senhor está patinando? O senhor, que já defendeu a queda
do Fator Previdenciário, agora, já não sabe o que fazer para eliminá-lo da vida
dos trabalhadores aposentáveis? Como Ministro, o senhor já declarou que o
RGPS/Urbano é superavitário. Agora, perdeu a força para defender essa
afirmativa?
Fica difícil admitir que o
RGPS/Urbano, sendo superavitário, não tenha condições para recompor as perdas
dos aposentados e pensionistas. O governo utiliza esses recursos para compor o
superávit primário, que derrama dinheiro para pagar os juros da impagável
dívida interna, que já está na casa dos R$2,4 trilhões, e não se dispõe a pagar
o que tirou dos aposentados e pensionistas. Se não tem dinheiro para devolver o
que nos deve, como esse mesmo governo entrega de mãos beijadas renúncias
previdenciárias para o agronegócio; para os times de futebol; para as obras da
FIFA-Copa do Mundo? O senhor acha isto justo? Quando senador o senhor não achava!
Sabe, caro Ministro, o senhor
já foi uma esperança para a classe dos aposentados, pensionistas, trabalhadores
e contribuintes autônomos aposentáveis. Hoje, patinando nas suas convicções
anteriores, o senhor nos decepciona e nos deixa órfãos nessa luta desigual, em
que o governo só trabalha para nos prejudicar. Está ai, o exemplo do veto da
Presidente da República para o nosso reajuste para 2012.
Ministro, se o senhor é contra
todo esse engenho de maldades do governo do PT para conosco e não tem força,
amparo, ou seja lá o que for, para defender as suas convicções, o melhor que o
senhor faz é entregar o Ministério e
sair honrosamente, declarando o porquê da sua atitude, retornando ao Senado.
Lá, o senhor poderá perder no voto, mas estará exercendo a sua autoridade, sem
ter que cumprir ordens da Presidente da República contra a sua consciência. Com
certeza, o senhor sairá com dignidade e terá o respeito dos aposentados,
pensionistas, trabalhadores da ativa e contribuintes autônomos, que formam um
contingente de milhões de cidadãos e cidadãs que tanto contribuíram e ainda
contribuem para o desenvolvimento deste país.
Desculpe, Ministro, o meu
desabafo, mas, falo sem ter procuração, em nome de milhões de brasileiros que
sofrem a decepção de ver um governo que, em nome da mentira e de interesses
irresponsáveis, insiste em prejudicar uma classe que já não pode lutar em
igualdade de condições.
Fica aqui o meu recado. Espero
que o senhor leia e reflita!
Respeitosamente,
Título e Texto: Odoaldo
Vasconcelos Passos, Aposentado/Belém-PA, setembro de 2011.
Brasil Dignidade
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Garibaldi Alves, foto: DR |
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