Otacílio Guimarães
Veja bem, meu amigo cão fumante. Eu ando pensando muito a respeito do que estou fazendo com os meus
escritos.
Está me parecendo folhas
soltas ao vento e levadas para apodrecer em um pântano qualquer. Não será
inútil, porque Lavoisier já dizia: "Na natureza, nada se perde e tudo se
transforma". Sabe que este pensamento me trás uma enorme felicidade? É
isto, não vou morrer definitivamente, apenas me transformar. Foi por isto que
ao tomar conhecimento deste conceito puramente científico eu passei a acreditar
na imortalidade. Estou piamente convencido de que, ao morrer, vou permanecer
eternamente morto. Portanto, serei eterno.
O importante é o que você faz
em vida. Viver é muito bom desde que você saiba fazer da sua vida uma
existência proveitosa para si e para os demais que lhe são próximos, porque os
que lhe estão distantes nem ligam para você e assim você nem pode ligar para
eles, a não ser pelo celular. Milagre da tecnologia, o tal do celular.
Dia desses um garoto de oito
anos me fez uma pergunta interessante. Ele é filho do meu sócio Jeff Bouzos, um
sujeito que muito prezo. A pergunta foi:
- Mister, how are you?
Uma pergunta destas vinda de
uma criança de oito anos me pôs a pensar.
Imediatamente me veio à mente
aquele conceito espiritualista que diz: quem sou eu, de onde vim, para onde
vou?
A única resposta que encontrei
para a criança foi:
- No momento, eu sou apenas um
ser vivente igual a você. A única diferença entre nós é que sou bem mais velho
que você.
A pergunta seguinte quase me
deixa desconsertado:
- Você vai morrer logo?
Pensei um pouco, tentei
imaginar o que ia na mente daquele pequeno ser, e respondi:
- Jeffrey, nunca pense na
morte. Todos nós vamos morrer um dia. Seu avô morreu, seu tio morreu, mas você,
seu pai, sua mãe e irmãos, estão vivos. Portanto pense apenas na vida, na sua
vida e na vida dos seus. E, enquanto você viver, tente ser o melhor sujeito do
mundo.
Isto tem algo a ver com os
meus escritos soltos ao vento que de repente foram cair no seu blog e que você,
meu amigo cão viciado em tabagismo, publica e divulga. Então, não foi em vão.
Quem sabe, depois de morto, me torne famoso pelo que escrevo. O importante é
que você me deu a oportunidade de desabafar, de jogar para fora o lixo que
corrói a alma, lixo que vem de fora e que se você não o expele, termina por lhe
destruir, tornar sua mente um lixo igual. E quando você faz isto compartilhando
com alguém, mesmo que poucos, resta aquela satisfação de ter pelo menos
contribuido, através dos outros, a se tornar uma pessoa melhor.
Agradeço-lhe imensamente pela
atenção que me tem dispensado, meu caro cão fumante!
Vai aqui um conselho: pare de
fumar, seu cão amável, porque o cigarro mata!
Um abraço fraterno,
Otacílio Guimarães, 18-7-2012
Otacílio, sem demagogia,
particularmente gosto muito das suas folhas.
Elas caem das árvores como pedras no marasmo do "politicamente
correto", eufemismo para falta de assertividade e medo de se expor.
Curiosa e coincidentemente, hoje recebi um e-mail de uma amiga que me fez
destacar uma das suas frases: "não
tenho mais saco para polêmicas burras e ignorâncias. Em minha opinião, opiniões
se expõem, não se impõem."
Entonces, por favor, continue nos privilegiando com as suas folhas!
Obrigado e um abraço de
amizade./-
Jim
E... a propósito de folhas...
Próxima folha:
"Sonhar é fascinante, principalmente quando se consegue transformar os sonhos em realidade"
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"Sonhar é fascinante, principalmente quando se consegue transformar os sonhos em realidade"
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