As incoerências do Brasil
atual: temos condenados em segunda instância presos e outros em liberdade. Não
dá para entender qual a lógica já que a lei é clara! Temos condenados
pela Lei da Ficha Limpa que estão presos e também concorrendo como candidatos,
outros exercendo seus mandatos na Câmara.
Recentemente tivemos uma lei
aprovada para o retorno do voto impresso e que não será cumprida nesta eleição,
mas ninguém explica onde fica o cumprimento da lei. E o que realmente acontece?
Nós brasileiros vemos e nos calamos ao presenciar condenados disputando a
próxima eleição e exercendo seus mandatos.
A lei proíbe que se indexe qualquer
coisa ao salário mínimo, mas ao salário máximo do judiciário, está indexado o
salário de todos os políticos, tanto em âmbito federal, como estadual e
municipal.
O sistema da operação Lava
Jato vem prendendo diversos corruptos e corruptores, fraudadores que desviaram
bilhões de reais dos cofres públicos, das estatais e fundos de pensões. Uns
continuam presos, outros já gozam a liberdade. Mas não ressarciram os prejuízos
causados ao erário público.
Para fazer justiça a mais de duzentos
milhões de brasileiros que dependem dos serviços públicos como a saúde, a
previdência, a segurança pública e serviços sociais, nossa justiça nem
precisaria prender ninguém. Bastaria que fosse confiscado todo patrimônio
interno e do exterior dos envolvidos. Nossa justiça deveria exonerá-los do
serviço público para sempre, sem qualquer possibilidade de retorno.
Infelizmente, em nossa política isso não acontece.
Os trabalhadores da iniciativa
privada negociam seus salários com os patrões, já no serviço público são os
empregados do povo que ditam seus salários que através de conchavos os que
ganham mais, solicitam seus aumentos, aos que ganham menos, estes aprovam
porque seus salários estão linkados aos que ganham mais. Isto é legislar em
causa própria!
O sistema de equidade
existente no Brasil está totalmente equivocado. É rígido e forte contra os
pequenos, mas brando e amável para os políticos e funcionários públicos do
judiciário. Explicando melhor: o povo trabalhador é preso quando comete delitos
e demitidos por justa causa de seus empregos e perdem seus direitos, mas os
desembargadores e juízes são regiamente aposentados compulsoriamente, com todos
os seus direitos respeitados.
O Brasil continua a dar
aumentos salariais generosos para quem está no pico da pirâmide salarial. E não
pense que acontece apenas no Judiciário. O efeito dos aumentos salariais para
elite política acontece em cascata, fazendo com que as outras esferas como o
Executivo e Legislativo também recebam o mesmo percentual do aumento concedido
ao judiciário. Para a classe média, os pobres e miseráveis, é concedido apenas
uma reposição inflacionária, com um índice que não condiz com a realidade. E
fica a pergunta: somos todos iguais perante a Lei?
Os tribunais de Contas, nas
três esferas de governo são indicados pelos governantes. Só no Brasil mesmo que
os criminosos indicam quem será o seu juiz.
Somos obrigados por lei a
acolher os imigrantes da Venezuela, mas nada fazemos para combater a causa no
país vizinho. Pelo contrário, assistimos passivamente todo ato desumano do
ditador venezuelano.
Quando se fala em reformas,
poucos representantes competentes olham para o lado dos mais fracos,
acovardando-se diante das elites brasileiras, majestosamente remuneradas com
recursos públicos. É tempo de refletir, combater e agir. Estas deveriam ser as
primeiras reformas. O povo brasileiro precisa lutar e correr atrás dos seus
direitos antes que seja tarde.
Título e Texto: Alcides dos Santos Ribeiro, Campo
Grande – MS, 24-8-2018
Presidente da
Federação das Associações
dos Aposentados de Mato Grosso do Sul
067 9983 8267
E-mails: fapemscontato@gmail.com
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