Daniele Custódio
Como me enoja ver gente de outros Estados cobrando de nós, roraimenses, a caridade que por três anos jorramos em cima dos venezuelanos que fugiram do Socialismo.
Quando alguém de fora de
Roraima nos chamar de xenófobos, vamos lembrar que semana passada venezuelanos
mataram um homem a pauladas para roubar os tênis dele e também venezuelanos
montaram uma emboscada para matar um senhor, roubar seu carro e vender as peças
na Guiana.
Quando disserem que somos
cruéis vamos lembrar que três semanas atrás venezuelanos agrediram as ÚNICAS
médicas plantonistas da única maternidade de Boa Vista, fazendo assim com que
elas saíssem assustadas para fazer um B.O. (Boletim
de Ocorrência) e resultando em bebês mortos no ventre de suas mães.
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Estado de emergência social
foi decretado em Roraima em 2017. Foto: Geraldo Maia/EPA
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Quando nos chamarem de
covardes vamos lembrar que no HGR nós não temos preferência e que se eu estiver
grávida e chegar num posto da prefeitura só vou conseguir uma consulta pra dali
a uns dois meses, ao passo que a venezuelana que atravessou a fronteira com um
filho doente em cada braço e mais um na barriga consegue uma consulta para o
outro dia. Ainda falando em grávidas venezuelanas, vamos lembrar que 40% dos
partos na maternidade são de bebês filhos de imigrantes.
Quando disserem que somos
bárbaros vamos nos recordar do casal de idosos que foi morto a pauladas
(impressionante como eles adoram matar roraimense à paulada) por um casal de
venezuelanos que tinha conseguido emprego de caseiros no sítio do casal;
lembremos do senhor de Mucajaí, seu Japão, que numa festa da cidade foi também
foi morto a pauladas por um venezuelano, o que foi a gota d'água para os
moradores de lá, que fizeram a mesma coisa que os moradores de Pacaraima.
Quando nos chamarem de
egoístas vamos lembrar que há duas semanas atrás um moleque venezuelano de 17
anos, matriculado em escola estadual, tendo moradia, família e recebendo
auxílio do governo, resolveu entrar em uma facção criminosa que atua no país
todo e foi morto e decapitado por uma facção rival que também atua no país
todo. Vamos lembrar dos venezuelanos que bateram num militar do EB (Exército
Brasileiro) porque este disse que eles não poderiam entrar bêbados no abrigo e
o que fizeram? Tiraram o militar de lá, colocaram outro e deixaram os
venezuelanos bêbados entrarem.
Quando falarem que somos insensíveis
vamos lembrar dos moradores do bairro Caimbé que vendem suas casas a preço de
banana, pois o bairro inteiro virou ponto de prostituição das
"oitchenta", venda de drogas e está entregue aos arrombamentos.
Meninas de 15/16 anos saem para comprar pão e são assediadas por quem passa por
lá e acha que elas são prostitutas ou que entregam drogas. Já pensou, você
sequer poder pintar seu muro, pois de noite ele já vai estar pichado com o
preço dos programas, que aliás, subiu, não é mais 80, é 100.
Quando falarem que somos
irracionais vamos lembrar da dona do restaurante da Ataúde Teive que oferecendo
água e comida para dois venezuelanos que apareceram chorando na porta dela
quase foi morta a pauladas por eles (adoram bater na gente usando pau,
impressionante!).
Eu mudo de nome se aparecer
alguma mulher que já foi assediada por um haitiano ou por um guianense, e
também mudo de nome se não aparecer uma roraimense que já não ouviu
"gostôsssa", "delíssia", "chupa mi verga mi amor",de
algum venezuelano na rua. Aliás, quem é de fora não tem a pífia noção do
respeito que temos pelos haitianos e eles por nós.
Nós nem sabíamos mais o que
era sarampo e nossos muros passaram a ser adesivados com "esta casa está
imunizada" para que agentes de endemias que passassem soubessem que todos
ali já foram vacinados. Sem mencionar as vezes que os agentes de saúde do
bairro pediam 'por favor' para nos vacinarmos. Eu me senti no Antigo Egito com
o sangue do cordeiro no batente da minha porta para espantar o Anjo da Morte na
hora que vi aquele adesivo no muro da casa da minha mãe. Mas eu não estava no
Antigo Egito, estava num estado com quinhentos mil habitantes que por conta da
imigração desenfreada viu em 2018 sua população atingir o número de habitantes
esperado para 2040.
Eu estava num Estado onde vi o
número de furtos, roubos, assassinatos e estupros subir de um jeito a ponto de
eu deixar de amar um pouco a terra onde nasceram meus ancestrais maternos. Eu
tenho medo de morar em Roraima, eu tenho medo de sair de casa depois das 21h
ainda que seja para ir a duas esquinas de casa comprar espetinho com farofa.
Não nos importemos com a
opinião de quem não sabe nada de nós ou dos males da imigração sem freios,
deixem que os grandes jornais com jornalistas safados redigindo matérias
mentirosas digam que somos ímpios, enquanto eles não têm coragem de dizer que é
o Socialismo de Chávez e Maduro apoiado pelo preso que eles querem como
presidente que trouxe isso aos venezuelanos, e agora, os males disso
aterrorizam até a nós.
Nós sabemos o que é ter um
terreno invadido enquanto um socialista membro de ONG ensina os venezuelanos a
dizerem ao dono do terreno que só sairão de lá com mandado. Nós sabemos o que é
passar a noite inteira com dor e não ir ao HGR por medo da meningite bacteriana
que isolou áreas inteiras. Nós conhecemos a impotência em vermos venezuelanos
criando associação para lutar pelos seus direitos no Brasil (?) enquanto a nós,
aparentemente, nos resta o medo. Nós sabemos que o número de venezuelanos é tão
grande, mas tão grande que, se eles pudessem votar e algum candidato fizesse
campanha SÓ para eles, ele seria eleito e entre os primeiros.
Roraima foi povoado por gente
que viu no nosso pedaço de chão uma esperança para um futuro que não existia
mais em sua terra natal. Roraima SEMPRE abrigou quem veio TRABALHAR ainda que
não tivesse onde dormir no fim do dia. Nunca iríamos negar aos venezuelanos as
oportunidades que demos aos haitianos e aos brasileiros de outros estados. Meu
pai saiu de São Paulo em 1981, chegou em Roraima, casou com uma Makuxi e foi
pai de duas índias. Roraima tem mais gente de fora que do próprio Estado, com
que direito esses apedeutas dizem que somos xenófobos se somos filhos de
imigrantes que desbravaram essa terra quando tudo era só mato?
Sempre acolhemos todo mundo. E
por TRÊS ANOS, TRÊS LONGOS ANOS ajudamos do jeito que podíamos. Há um ditado
que diz que toda caridade deve ser anônima, do contrário, é vaidade. E nada do
que fizemos por eles foi por vaidade, sempre fomos um povo generoso, sempre
acolhemos quem veio sem nada, sozinho, assustado. A nobreza em se pôr no lugar
do venezuelano, que tanto nos cobram, nós já tivemos antes mesmo das pessoas
que nos xingam conseguirem apontar Roraima no mapa do Brasil.
Não se preocupem em explicar
porque não ajudamos, quando nós sabemos que ajudamos até demais, além das
nossas forças. Eu lembro de matéria da TV Roraima de uma senhora no Paraviana
que abrigou venezuelanos dentro de casa e o marido a chamou de louca. Também
lembro que Pacaraima não tinha um homicídio há três anos e numa tarde teve dois
assassinatos em plena luz do dia no meio do comércio. Quem nos julga não sabe
que venezuelanos em massa já conhecem audiência de custódia, já falam que somos
nós que temos que aprender espanhol e não eles o Português, e não é que estavam
certos? Afinal, no edital PCRR estão pedindo espanhol para os candidatos que
querem ser policiais.
Todo roraimense já sustentou a
frase "mas nem todos" e todo roraimense sabe que isso não se aplica
mais ao que vivemos. Já se foi o tempo que podíamos separar o ruim, doente e
ilegal daqueles poucos que vieram trabalhar. E que, diga-se de passagem, nem
estão mais em Roraima.
São Paulo, Mato Grosso e Rio
de Janeiro já receberam venezuelanos com nível superior, solteiros, sem filhos,
sem passagens pela polícia, com cartão de vacina em dia e passaporte em mãos. O
que sobrou para nós? Os doentes, os que furtam, roubam, assediam, entram no
crime e, ainda há os que defendem Chávez. Eu não vi brasileiros xenófobos em
Pacaraima, eu vi pessoas cansadas, com medo, abandonadas pelo Governo Federal
enquanto assistem a construção de mais um abrigo no Estado, ao passo que
comerciantes de lá têm que dormir nos seus mercados para impedir que estes
sejam arrombados.
Não demos explicações a
ninguém. Ninguém sabe quantos roraimenses estão neste momento com medo, ou
mutilados, ou internados depois de espancamento, ou quantos estão de LUTO por
causa da imigração.
Quem é de fora e nos critica
não tem envergadura moral para falar nada, nem a mais rasa e respeitosa
crítica, pois nenhuma dessas pessoas teve colhão ou grelo duro (como dizem as
feministas apoiadoras do Lula) para apontar o nome do sistema que levou os
venezuelanos à ruína ou se fez de cego e surdo quando começamos a dizer que
vivíamos à beira de uma tragédia anunciada.
Nós não devemos explicações a
quem fechou os olhos para os nossos males e só os abriu agora que estamos
cansados. A essa gente que nos critica, mas não tece(u) nenhum comentário sobre
Chávez, Maduro ou o Socialismo covarde que destruiu o país vizinho nos
limitemos a dizer "vão à merda!".
Título, Imagem e Texto: Daniele Custódio, Facebook, 19-8-2018
Confira as datas:
— Flavio Morgenstern (@flaviomorgen) 21 de agosto de 2018
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