Júlio César Cardoso
O debate político deveria incidir apenas sobre o programa de governo para o país voltado para as áreas da educação, saúde, segurança, trabalho, previdência social, habitação, proteção à maternidade e à infância, assistência aos desamparados e erradicação da pobreza, redução das desigualdades sociais e regionais, desenvolvimento nacional, infraestrutura básica das cidades onde os esgotos ainda correm a céu aberto, e não descambar para questões pessoais ou comportamentais dos candidatos.
Os candidatos com maiores
chances de eleição já são velhos conhecidos da maioria dos brasileiros, e as
pesquisas já registram a tendência da opção de votos dos eleitores. Portanto,
não acredito que haja surpresa na eleição do novo presidente da República.
A maioria dos candidatos e
alguns jornalistas tentam impedir o avanço de Bolsonaro nas pesquisas. Por
exemplo:
(1) na sabatina da GloboNews
quiseram desmoralizar Bolsonaro, culminando com o quadro quixotesco em que a
jornalista Míriam Leitão foi obrigada a reproduzir de ponto eletrônico
balbuciando resposta à provocação de Bolsonaro em relação à intervenção
militar, citando Roberto Marinho;
(2) no debate da Band, Marina
Silva insistiu em desmerecer Bolsonaro com questionamentos menores e
despropositais sobre a desigualdade salarial entre mulheres e homens,
enfatizando o Art. 5º da Constituição Federal. Marina deveria saber que é da
função do Ministério do Trabalho fiscalizar e autuar empresas que praticam
discriminação salarial em função de gênero, raça etc.
Marina é discípula do
lulapetismo, tanto que tem mantido silêncio sobre a “honestidade” do
ex-presidente preso. Marina tenta se apresentar como corregedora dos problemas
sociais da mesma forma que se apresentava Lula. Marina, no segundo turno de
2014, apoiou a candidatura ao Planalto de Aécio Neves.
Bolsonaro é o único candidato,
ele e seu vice, capaz de enfrentar o grave problema de falta de segurança no
país. É impossível não se elevar a situação de falta de segurança interna como
um problema que atormenta toda a sociedade brasileira. Facções criminosas e
traficantes ordenam ataques a carros fortes, casas bancárias e de dentro dos
presídios mandam incendiando ônibus e até agora nenhuma medida eficaz foi
tomada para estancar escalada criminal.
Por isso, reputo a falta de
segurança como questão crucial do país. Mais importante, neste momento, que a
educação e a saúde. Pois, sem segurança para todos, ninguém pode ir e vir,
dirigir-se ao trabalho, ao médico, à escola, andar de ônibus ou de carro nas
cidades e nem as propriedades rurais ou não rurais ficam seguras, haja vista as
ações criminosas de elementos do MST, que invadem e destroem propriedades
alheias. Sem segurança pública, mais ou menos estabilizada, não haverá coragem
de empreendedores, inclusive estrangeiros, fazerem investimentos no país para
gerar empregos. Há agências bancárias que estão fechando por falta de
segurança.
É óbvio que o país tem pela
frente outros graves problemas, herdados de mais de 13 anos do governo petista.
Mas sem uma política integrada e solidária na área de segurança pública,
funcionando na linha de frente, não haverá paz social no Brasil. E que o diga o
Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, hoje dominado pelas facções criminosas e
pelos traficantes, com tiroteios diários.
Estranho que os candidatos com
maiores chances de chegarem ao Planalto não elejam o problema da falta de
segurança interna do país como bandeira para as suas candidaturas. Assim, só
vejo o deputado Bolsonaro como o único candidato capaz de enfrentar o problema
de falta de segurança no Brasil.
Por outro lado, quanto ao
candidato Ciro Gomes, que já o conhecemos de outros carnavais, não resta dúvida
de que se trata apenas de um político intelectualizado. Mas já estamos cansados
de ouvir promessas de soluções mágicas como, por exemplo, resolver rapidamente,
no primeiro ano de governo, o endividamento de grande parcela de trabalhadores
desempregados.
Por que, com toda a competência
defendida por Ciro Gomes (e de seu irmão), a pobreza e o pouco desenvolvimento
do Ceará continuam sendo uma triste realidade? Nem falo das agruras das regiões
sertanejas, pois na própria capital cearense o panorama de miséria é bastante
sentido por quem visita a cidade.
Os candidatos Meirelles e
Alckmin dificilmente fariam um bom governo, pois são todos comandados pela
tropa de fisiologistas políticos de seus partidos. E Álvaro Dias, político de
sólida formação, não terá muita chance de se eleger, da mesma forma que os
demais candidatos, sem esquece de que Lula, como ficha suja e preso, estará
impedido de concorrer.
Título, Imagem e Texto: Júlio César Cardoso, Instituto
Liberal, 21-8-2018
Sobre o autor: Júlio
César Cardoso é Bacharel em Direito e servidor federal aposentado.
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