Helena Matos
Na linha das suas preocupações com a invasão turística o
DN transcreve e comenta um artigo da revista alemã “Der Spiegel” que
conclui: Amor tóxico: como os turistas estão a destruir o Porto.
Exemplificando essa toxicidade vem esta pergunta a propósito da Lello: Fica a pergunta dos alemães: “Os habitantes locais também têm de ficar na fila e pagar cinco euros?”
Para início de conversa, comecemos por uma pergunta:
quando compraram pela última vez um livro na Lello antes da invasão turística a
tornar "inacessível" aos locais?
Título e Texto: Helena Matos, Blasfémias,
24-8-2018
Comentário de Maria Emilia Pedrosa:
Claro que nada nesta vida nada
é isento de consequências! Mas apesar dos aspetos negativos que o turismo tem
para a cidade, para já, no Porto, temos muito que agradecer! Não percebi qual o
problema do turismo para a Livraria Lello.
Como é dito, a LL estava à
beira da falência; lembro-me de a frequentar (raramente, diga-se!) quando era
estudante, atraída pela sua beleza e pela sua alma, mais para ver do que para
comprar livros, mas habitualmente mal recebida pelos que lá trabalhavam, talvez
por não me reconhecerem o poder de compra necessário.
Hoje a LL está recuperada,
lindíssima - ainda mais do que já era - temos filas para a visitar. Que bom!
Que orgulho para mim como portuense! Que bom para os proprietários! Que bom para
a economia da cidade! Outro aspeto referido é o dos aumentos dos alugueres na
zona histórica.
Alguém se lembra como era
antes desta explosão turística? A cair, mal frequentada, vazia, mal cheirosa,
triste, podre e, no entanto, muito bela! Hoje há alegria, animação, muitos
imóveis recuperados e bonitos, gente, muita gente! Enfim, eu sou das que
levanto as mãos para os céus e agradeço esta dádiva do turismo! Nunca julguei
poder ver a minha amada cidade, animada e feliz!
Sou das que acha que devia ser
feito um monumento ao dono da Ryanair porque foi essencial para a VIDA da
cidade!
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