Fundação utilizará ingrediente farmacêutico
ativo produzido no país
Jonas Valente
A Fundação Oswaldo Cruz
(Fiocruz) deverá começar a fabricar a vacina da Oxford/AstraZeneca contra a
covid-19 com o ingrediente farmacêutico ativo (IFA) produzido no Brasil no dia
15 de maio. A previsão foi feita pelo vice-presidente da instituição, Mario Moreira,
em entrevista coletiva do Ministério da Saúde, em Brasília, nesta sexta-feira
(7).
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Foto: Amanda Perobelli/Reuters |
De acordo com o dirigente, a
fundação está em condições de produzir e obteve a certificação de boas práticas
pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), mas ainda há
procedimentos de avaliação a serem realizados, além do processo do registro
definitivo do imunizante.
“Vamos ter que produzir lotes
de validação acertados com procedimentos internacionais e a partir daí a gente
já começa a produzir em escala industrial. Os testes deverão aguardar o
registro definitivo da Anvisa. A expectativa é que em outubro tenhamos a
liberação para entregar estes lotes produzidos de maio em diante”, disse
Moreira.
A produção com o IFA nacional
é resultado de um acordo de transferência de tecnologia entre a Fiocruz e o
consórcio formado pela Universidade de Oxford e pela farmacêutica AstraZeneca.
Até o momento as doses produzidas dependem de IFA importado da China.
Falta de matéria-prima
A lentidão no envio dessas substâncias tem dificultado o andamento da imunização no Brasil. Na entrevista coletiva, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, foi perguntado sobre as ações para acelerar a liberação dos IFAs pela China diante do quadro da previsão do Instituto Butantan de cessar a produção da Coronavac na semana que vem pela falta da matéria-prima, anunciada pelo diretor da instituição, Dimas Covas.
“O governo federal trabalha
sempre junto com Instituto Butantan. Estamos sempre junto com eles para
monitorar o recebimento dos insumos. O ministro [Marcelo Queiroga] esteve
presente hoje com o embaixador chinês [Yang Wanming]. Estamos sempre
conversando quer com embaixada em Pequim ou com embaixador chinês no Brasil”,
disse o secretário executivo.
Contudo, Cruz acrescentou que
o Ministério da Saúde não tem ainda informações do governo chinês quanto ao
envio de IFAs.
Balanço
O secretário executivo
apresentou um balanço das vacinas contra a covid-19 adquiridas. Até o momento,
haveria 532,5 milhões de doses contratadas. Perguntado por jornalistas se todo
este montante já teria garantia em contrato, Cruz respondeu que esse
quantitativo estaria “pactuado”.
“Não dá para falar que vacina
não está contratada. Ela está formalizada. Não há chance de não receber essas
doses conforme previsão contratual. Existem doses que são contratadas
diretamente pelo governo e outras que são entregues pela Fiocruz”, colocou.
De acordo com a previsão do
governo federal, ainda há 20 milhões de doses da indiana Covaxin e mais 10
milhões da russa Sputnik V, mas os dois imunizantes tiveram as importações
negadas pela Anvisa.
No caso do imunizante russo, a
direção da Anvisa afirmou que da forma como ele foi desenvolvido seria
impossível a aprovação.
Balanço de vacinas pactuadas
até 5 de maio:
- 12 milhões do Instituto
Serum
- 210 milhões da Fiocruz e
Oxford/AstraZeneca (100 milhões em processo de entrega e 110 milhões para
entrega no 2º semestre, sendo 50 milhões de IFA importado e 60 milhões com IFA
nacional)
- 130 milhões do Instituto
Butantan (100 milhões já adquiridas e 30 milhões em processo final de
formalização)
- 42,5 milhões de doses da
Covax Facility
- 100 milhões de doses da
Pfizer
- 38 milhões de doses da
Janssen
Pendentes de aprovação pela
Anvisa
- 20 milhões de doses da
Covaxin
- 10 milhões de doses da
Sputnik V
Título e Texto: Jonas Valente; Edição: Fábio Massalli – Agência Brasil, 7-5-2021, 19h36
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