Pedro Caetano
A actual
destruição da TAP, por re-nacionalização desnecessária e danosa para as contas
públicas, é um bom exemplo de como Portugal inteiro é destruído há várias
décadas. Isto por estar nas mãos de uma classe política incompetente e de
esquerda extremista, sem alternativas nem saberes profissionais que não a
política e propaganda, usando avençados na comunicação social indigente,
dependente do Estado.
Na Lisnave é sabido como os comunistas radicais da segunda metade dos anos 70 preferiram a destruição e quase nacionalização dessa companhia (23 por cento do capital ficou para o Estado, mas na prática era gerida a 100 por cento por pressão política). Isto, em vez de manterem a gestão privada de topo internacional, que tinha anteriormente apresentado resultados excelentes. Devido a essa acção política houve a consequente perda de milhares de empregos e cada vez maiores encargos para as contas públicas.
Tal como vemos fazer hoje com
a TAP, na Lisnave os esquerdistas radicais de então – como os de agora – apesar
de não perceberem nada, nem de gestão, nem de indústria, insultavam os gestores
privados estrangeiros especializados (chegando mesmo, então, a sequestrá-los!),
intimidavam trabalhadores dedicados e censuravam críticos nas televisões e
jornais, usando falsos jornalistas, simples manteigueiros elogiadores de
políticos. Estes punham, assim, directa ou indirectamente os seus amigos e
cúmplices à frente dos estaleiros da Lisnave, sem quaisquer competências,
destruindo tudo. Tal qual vemos fazer agora na TAP.
A diferença é que acreditamos que os comunistas de então não faziam tudo isto para roubar os portugueses, nem para dar empregos milionários e bónus injustificados a grandes amigos e esposos/as. Os comunistas dos anos 70, ao menos, tinham a desculpa de tal destruição ser feita pelas suas genuínas mas erradas convicções ideológicas. A Lisnave foi destruída e, na prática, nacionalizada pela emoção ideológica da extrema-esquerda do momento e não como meio pensado friamente para desviar milhares de milhões de euros do Estado para negócios misturados com política e lavá-los sobre falsos pretextos, de necessidade ou de bandeira nacional.
Ora este último cenário – ou
então a completa irresponsabilidade e imaturidade do Governo – é uma das
hipóteses a considerar no descalabro monumental do que está a acontecer agora
na desnecessária re-nacionalização da TAP, efectuada desde 2015. Iniciada por
um grande amigo de Costa e finalizada por um ex-líder da juventude socialista,
que foi o grande apoiante e sustento no poder de Sócrates.
A nacionalização da TAP é
ainda mais danosa para as contas públicas que a Lisnave alguma vez foi. Isto
porque em vez de 23 por cento da companhia, como o Estado chegou a ter na
Lisnave, este tem agora 98 por cento do capital da TAP, injectando lá continuamente
– e sem fim à vista – milhares de milhões de euros dos nossos impostos e
criando dívida para muitas futuras gerações de portugueses. Milhões de crianças
portuguesas, e ainda as que irão nascer, vão pagar a conta da hemorragia de
dinheiros públicos consumidos na TAP por motivos inexplicáveis. Isto quando a
companhia aérea já não tem nenhum interesse nacional, nem para os emigrantes,
nem para os turistas, que voam todos directamente ponto a ponto e a bons preços
em companhias privadas, muito melhor geridas e focadas no serviço ao
cliente.
A destruição actual da TAP é
feita por esquerdistas radicais caviar, segundo a ideologia que eles nos mentem
ao afirmar que têm. Ora estes jotas são muito menos genuínos ideologicamente e
muito mais hipócritas que os comunistas dos anos 70. Logo, bastante mais
perigosos e destrutivos da riqueza nacional, a níveis nunca antes vistos, de
esbanjamento irresponsável de dinheiros públicos em instituições não
financeiras.
Relembremos que os comunistas
dos anos 70 que destruíram a Lisnave tinham como ídolo Alvaro Cunhal que,
apesar de todos os defeitos e devaneios ideológicos de querer transformar
Portugal numa nova cuba ou Albânia, tinha genuinamente lutado e sofrido pelas
suas convicções, sem enriquecimento ilícito, que se conheça. Ora, os ídolos dos
ministros e seus assessores jotas da esquerda caviar, que agora destroem a TAP,
são gente como o mentiroso e desavergonhado José Sócrates – descrito por vários
juízes como ladrão e agente da corrupção, mesmo que os casos tenham prescrito –
sem qualquer ideologia, que os tais jotas tanto proclamaram e sublimaram, ao
ponto de pôr no poder, de novo à cabeça de PS e em Portugal, o número dois de
Sócrates, António Costa, afastando o íntegro e honesto Seguro.
Isto diz tudo sobre a ausência
de qualquer ética ou convicção ideológica dos actuais governantes, todos
escolhidos por terem louvado e olhado para o lado (ou pior, participado) nas
actividades ilícitas e ruinosas para as contas públicas de Sócrates e amigos.
Seguro, quando os combateu dentro do PS, bem avisou que estes jotas estavam ao
serviço do partido invisível dos negócios misturados com políticos e não de
ideologia.
Voltemos ao caso da Lisnave
para analisar mais paralelos. Antes da destruição efectuada por dependentes da
política, de esquerda radical, das nacionalizações, a Cova da Piedade, em
Almada, era uma vizinhança vibrante e economicamente próspera. Os estaleiros da
Lisnave, na Margueira, inaugurados em 1967, eram competitivos e faziam
reparações em navios do mundo inteiro. Eram bem geridos por gestores
especializados na indústria da construção naval e criavam riqueza para Portugal
e para as inúmeras famílias dos muitos milhares de empregados.
A Lisnave, constituída em
1961, além da gestão internacional de topo devido aos sócios privados
holandeses e suecos, com metade do capital, herdava também capacidades de
gestão nacional da CUF, que detinha a outra metade da empresa. A CUF que tinha
a concessão do estaleiro naval do Porto de Lisboa desde 1937. Esta parceria de
gestão era visionária e adaptava-se aos tempos. Perceberam, por exemplo, que
estávamos, então, a entrar numa era de navios superpetroleiros, com centenas de
milhares de toneladas, e construiu docas para tal. Em 1971 a Lisnave expandia a
actividade e criava ainda mais postos de trabalho para mão de obra qualificada
e bem paga. O número de trabalhadores chegou aos 10 mil em 1974. A Cova da
Piedade tinha, então, casas óptimas e bem mantidas, além de comércio pujante
por todo o lado. Outras vizinhanças por perto, como o Ginjal, também
prosperavam, pois era onde os trabalhadores levavam as famílias a jantar à
noite, aos fins-de-semana ou em dias de festa. Hoje, a Cova da Piedade
apresenta um conjunto enorme de ruínas e edifícios abandonados, tal como o cais
do Ginjal, que só agora vai ser reconstruído depois de décadas ao abandono.
Isto apesar da magnífica vista sobre Lisboa.
Com a tomada do poder pelos
esquerdistas radicais, a Lisnave deixou de viver e trabalhar para servir
clientes, mas passou principalmente a servir-se a si própria e viver do Estado,
aumentado os encargos sociais a quase 50 por cento ao ano. Até as piscinas e
clube, que inicialmente eram para ser usadas principalmente pelos clientes,
tripulações dos navios, para os atrair e bem servir, enquanto esperavam pela
conclusão das reparações, passam a ser para usufruto quase absoluto e
irresponsável de políticos e dos seus protegidos.
Pensávamos nunca mais assistir
a tal trágica história esquerdista radical em Portugal, em pleno Século XXI.
Infelizmente, na TAP testemunhamos uma nova e muito pior Lisnave. Não admira,
portanto, que até os antigos satélites da União Soviética, uma vez livres de
tais esquerdistas radicais, já nos ultrapassaram em prosperidade económica e
individual, ou estejam todos prestes a fazê-lo, no seio da UE.
Título e Texto: Pedro
Caetano, O Diabo, nº 2318, 4-6-2021
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