Olavo de Carvalho
Escolados pelo precedente do Foro de São Paulo, cuja existência lhes foi ocultada durante dezesseis anos pela mídia soi disant respeitável, alguns leitores brasileiros talvez não se sintam tão espantados ao ver que o New York Times, o Washington Post, a CNN e demais organizações jornalísticas de maior prestígio nos EUA, mesmo depois do pito que levaram do Pravda, continuam sonegando ao público qualquer notícia sobre os documentos forjados de Barack Hussein Obama.
Nos dois casos, recusa de
cumprir a mais primária obrigação do jornalismo pode se explicar, de início,
pela reação automática de ceticismo ante condutas que, de tão perversas,
maliciosas e abjetas, parecem inverossímeis.
Quem poderia acreditar, assim
sem mais nem menos, que a esquerda, desmoralizada e aparentemente moribunda
após a queda da URSS, estava preparando um retorno triunfal na América Latina
por meio de um acordo secreto entre organizações legais e criminosas, planejado
para controlar, pelas costas do eleitorado, a política de todo um continente?
Quem poderia engolir, na
primeira colherada, a hipótese de que um bandidinho com identidade falsa,
subsidiado por bandidões, ludibriou a espécie humana praticamente inteira e, da
noite para o dia, saiu do nada para se tornar presidente da nação mais poderosa
do mundo? É mesmo difícil.
Mas quando nem mesmo o acúmulo
incessante de provas inquestionáveis demove do seu silêncio obstinado os
profissionais que são pagos para falar, então é impossível evitar a suspeita de
que o engodo geral não foi tramado só por políticos, mas também pelos donos de
jornais, revistas e canais de TV, secundados pelo proletariado intelectual das
redações.
No entanto, como qualquer
pessoa com mais de 15 anos tem a obrigação de saber, não há nada que esteja tão
ruim que não possa piorar.
Depois de ocultar a maior fraude política de todos os tempos, a mídia americana passou a esconder até decretos oficiais do governo Obama, que assim são impostos a toda uma população desprovida do elementar direito de saber que existem.
Os leitores mais velhos devem
se lembrar de que a nossa ditadura militar inventou, um belo dia, um treco
chamado “decreto secreto”, que entraria em vigor sem precisar ser publicado.
Inventou-o, mas que eu saiba, não teve a cara de pau de chegar a usá-lo.
Pois bem, garças às empresas de comunicação de Nova Iorque e Washington, essa
coisa, essa deformidade jurídica inigualável, está em pleno uso na mais velha e
– até recentemente – mais estável democracia do mundo.
Quando o amor fanático da
classe jornalística a um político se coloca descaradamente acima da
Constituição, das leis, da segurança nacional e de todas as regras básicas da
moralidade, não há como explicar isso pela mera preferência espontânea dos
profissionais de imprensa, por mais obamistas que comprovadamente sejam.
Alguns jornalistas chegaram a
queixar-se ao Chefe da Comissão Arpaio, Michael Zullo, de que haviam recebido
ameaças diretas do governo para que nada publicassem das investigações. Artigos
a respeito foram misteriosamente retirados até de sites conservadores como www.townhall.com, e uma entrevista marcada
com Jerome Corsi, o incansável investigador da fraude documental, foi suspensa
na Fox News por ordem explícita da diretoria. Com toda a evidência, o bloqueio
veio de muito alto, envolvendo tantos funcionários do governo quanto potentados
da mídia.
Quando se conhece, porém, o
conteúdo dos decretos ocultados, vê-se que a coisa é infinitamente mais grave
do que o simples boicote organizado do direito à informação.
Em 31 de dezembro (de 2011), quando o povo estava distraído festejando o
ano-novo, Obama assinou o Defense Authorization Act, que lhe dava,
simplesmente, o direito de mandar matar ou de prender por tempo indefinido, sem
processo nem habeas corpus, qualquer cidadão americano.
No crepúsculo da sexta-feira,
16 de março, veio uma ordem executiva (o equivalente à nossa “medida
provisória”, com a diferença de que não é provisória) que confere ao presidente
os poderes necessários para estatizar, a qualquer momento e sem indenização,
todos os recursos energéticos do país, incluindo as empresas de petróleo, mais
a indústria de alimentos, e ainda para instituir quando bem deseje, sem
autorização do Congresso, o recrutamento militar obrigatório.
Em suma: o homem deu a si
mesmo poderes ditatoriais, e nas duas ocasiões fez isso em momentos calculados
para desviar as atenções e frustrar a divulgação. A precaução acabou por se
revelar desnecessária: jornais e canais de TV, levando a solicitude até o
último limite do servilismo totalitário, não publicaram praticamente nada a
respeito, de modo que, com exceção daqueles que já voltaram as costas à mídia
elegante e preferem informar-se pela internet, os americanos, tendo adormecido
numa democracia, acordaram numa ditadura sem ter a menor ideia do que havia
acontecido. (Obama Assumes Dictatorial Powers).
Não que esta seja a primeira
ditadura a ocultar sua própria existência. O segredo, ensinava René Guénon, é
da essência mesmo do poder. As diferenças são duas:
1) Pela primeira vez na
história do mundo a ditadura secreta é implantada por um ilustre desconhecido
cuja identidade permanece ela mesma secreta, bloqueada a todas as
investigações.
2) O episódio evidencia com
clareza obscena o fenômeno mundial, a que já aludi muitas vezes, do giro de 180
graus na função da grande mídia, que de veículo de informação se transmutou
maciçamente, nas últimas décadas, em órgão de censura e controle governamental
da opinião pública.
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