Principal grão, soja teve produção prejudicada por clima adverso
Alex Rodrigues
Os agricultores brasileiros devem colher em torno de 271,2 milhões de toneladas de grãos na safra 2021/2022. A estimativa é dos técnicos da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e, se atingida, representará um acréscimo de quase 14,5 milhões de toneladas em comparação com o ciclo anterior.
Foto: Wenderson Araujo/Trilux |
Apesar da expectativa
positiva, a produtividade do principal grão cultivado no país, a soja, foi
prejudicada por condições climáticas desfavoráveis registradas em importantes
regiões de plantio, como os estados do Paraná, Santa Catarina e em parte do
Mato Grosso do Sul. Além disso, no Rio Grande do Sul, a estiagem derrubou à
metade a produção da leguminosa.
Diante dos prejuízos
registrados nessas e em outras unidades, os técnicos da Conab calculam que os
sojicultores colherão cerca de 125,6 milhões de toneladas do grão – uma redução
de cerca de 10% em relação à safra 2020/2021. Com isso, o estoque de passagem da
safra 2020/21 passou para 8,85 milhões de toneladas e a projeção de exportação
para 77,19 milhões de toneladas, das quais 66,6 milhões de toneladas já foram
exportadas entre janeiro e agosto deste ano.
As estimativas constam do 12º Levantamento da Safra de Grãos, que a Conab divulgou hoje (8). Os responsáveis pelo estudo calculam que a produção total de milho cresça 30% em relação ao resultado anterior, atingindo cerca de 113,2 milhões de toneladas. Graças, principalmente, à retomada da produtividade na segunda safra, que deve responder por algo em torno de 86,1 milhões de toneladas do total previsto.
Alta também para o estoque de passagem para o trigo em 2023, influenciado pela maior produção esperada para o cereal. A previsão é que o estoque finalize em 1,6 milhão de toneladas para a safra com ano comercial de agosto de 2022 a julho de 2023. No caso do milho, a queda na produtividade de importantes regiões produtoras na segunda safra, reduziu o volume esperado para o consumo e exportação do cereal, agora estimados em 76,5 milhões de toneladas e 37 milhões de toneladas respectivamente. Mesmo com essas quedas, a projeção para o estoque final também foi ligeiramente diminuída, saindo de 9,7 milhões de toneladas para 9,4 milhões de toneladas.
Se por um lado a falta de
chuva afetou parcialmente a eficiência das lavouras de algodão, agora favorece
a colheita, prevista para ser encerrada em setembro, com a possível marca de
2,55 milhões de toneladas. Além disso, as condições climáticas também
conferiram uma “muito boa” qualidade à pluma do algodão colhido. Em função do
resultado, a Conab ajustou o volume do produto a ser exportado, estimando que
as vendas externas não devem ultrapassar 1,9 milhão de toneladas.
No levantamento, também são
destacados, positivamente, o plantio de sorgo, e, negativamente, o de feijão. O
primeiro, impulsionado pelos preços do milho, registra uma produção recorde de
2,85 milhões de toneladas, um crescimento de 36,9% em relação à safra passada.
Já os produtores de feijão enfrentaram problemas climáticos em todas as três
safras da leguminosa, cuja produção só deve atingir 3 milhões de toneladas, o
que é suficiente para suprir apenas a demanda interna nacional.
Já no caso do arroz, os
técnicos da Conab estimam que serão colhidos cerca de 10,8 milhões de
toneladas, o que representa uma diminuição em relação a 2020/21 e também
suficiente para abastecer o mercado interno. Segundo o estudo, isso se deve à
menor destinação de área para o plantio, bem como pela redução na produtividade
média nacional.
Ao mesmo tempo, os técnicos
preveem um consumo menor do arroz quando comparado com o levantamento divulgado
em agosto. Com isso, estimam que os estoques de passagem estarão em níveis
“mais confortáveis”, com previsão de que fechem o ano em 2,36 milhões de
toneladas. Além disso, reviram as previsões quanto aos volumes do produto a ser
exportado e importado.
A nova previsão é que o Brasil
exporte 1,4 milhão de toneladas e importe 1 milhão de toneladas de arroz em
2022, sendo a motivação dos ajustes o acompanhamento da evolução das
exportações até o momento.
Título e Texto: Alex
Rodrigues (Com informações da Assessoria de Imprensa da Conab); Edição: Maria
Claudia – Agência Brasil, 8-9-2022, 11h53
Conab prevê safra de grãos superior a 271 milhões de toneladas
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