Rodrigo Constantino
O TSE está descontrolado. Comandou um processo eleitoral totalmente enviesado, em que defendeu um dos candidatos e perseguiu o outro, e tudo isso num mecanismo centralizado e sem transparência. Agora que milhões questionam os resultados anômalos do ponto de vista estatístico, a reação é censurar quem ousa ter perguntas.
O ápice da bizarrice veio
quando o economista Marcos Cintra, formado em Harvard, publicou uma thread no
Twitter explicando suas dúvidas e levantando perguntas pertinentes sobre os
resultados. Sua conta foi suspensa por ordem do TSE e Alexandre de Moraes
exigiu que Cintra prestasse depoimento à Polícia Federal em 48 horas.
Isso é estado policialesco
nível Cuba, Nicarágua, Venezuela, China - não por acaso todos sob regimes
comunistas companheiros do PT. Não há qualquer cabimento para tal postura numa
democracia, onde cidadãos devem ser totalmente livres para emitir suas opiniões
e fazer perguntas sobre o processo eleitoral.
O mais assustador é ver o
silêncio cúmplice, senão os aplausos comparsas, de jornalistas que deveriam
repudiar tal censura. Não são jornalistas na verdade, mas sim blogueiros
petistas, a serviço de um partido que busca a hegemonia na marra, vitorioso
numa eleição para lá de suspeita.
Cintra foi o caso mais
sinistro, mas longe de ser isolado. Nikolas Ferreira, o deputado federal mais
votado da história, também foi alvo do arbítrio, assim como Carla Zambelli e
outros. Com as contas suspensas nas redes sociais, por ordem do Tribunal
Superior Eleitoral, Zambelli anunciou que denunciará as violações à liberdade
de expressão que ocorrem no Brasil à Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, em Washington, nos Estados Unidos. “Se você tiver sido censurado pelo
Supremo Tribunal Federal, ou pelo Tribunal Superior Eleitoral, por favor manda
sua denúncia para a gente”, afirmou em vídeo a parlamentar.
Neste domingo, em nota, ela disse que o Brasil “vive um processo de descumprimento de direitos humanos por vias institucionais corrompidas e aparelhadas”. “A liberdade de expressão é um desses direitos adquiridos e qualquer manifestação de ideias, seja por conversas privadas ou debates públicos, deve ser permitida e não pode ser previamente censurada por nenhum órgão de Estado”, diz o texto.
A situação chegou a um nível
tão surreal que chamou a atenção até de Elon Musk. Em resposta a uma
manifestação da jornalista Fernanda Salles no Twitter, o novo dono da rede
social prometeu que vai olhar o caso dos brasileiros que tiveram suas contas
banidas no Brasil por ordens judiciais do Tribunal Superior Eleitoral e do
Supremo Tribunal Federal.
Fernanda fez uma lista de
pessoas e organizações que tiveram sua manifestação restringida, entre elas a
juíza Ludmila Lins Grilo e o deputado recém-eleito recordista de votos Nikolas
Ferreira. Não é possível mais ver o conteúdo dessas contas no Brasil, mas é
possível acessar via serviços de rede privada virtual (VPN) que simulam acesso
a partir de outros países. A prática do uso do VPN para driblar censura é comum
em países ditatoriais como a China.
Paulo Figueiredo, da Jovem
Pan, comentou na postagem que boa parte da censura vem do TSE, mas que o
Twitter do Brasil adotou voluntariamente um critério persecutório, e Musk
respondeu que investigaria o caso. Fabio Wajngarten ironizou: "Se o Elon
Musk questionar o processo eleitoral do Brasil ele será banido do Twitter ou o
Twitter será banido do Brasil?"
É bom lembrar do óbvio: quando
precisam calar na marra todos que fazem perguntas, até os mais moderados, é
porque sabem que não possuem respostas e dobraram a aposta na censura. É uma
cartada desesperada que exala fraqueza, não força. Não vamos aceitar virar Cuba
calados e passivos!
Desqualificar a fonte das
análises que encontraram enormes anomalias e censurar qualquer um que faça
perguntas não está adiantando muito, só jogando lenha na fogueira mesmo. Por
isso os patriotas continuam indo às ruas e parecem dispostos a mergulhar o país
numa greve geral. Estamos todos mais desconfiados ainda, ou certos de que houve
fraude. A postura do TSE só corrobora essa visão.
Eis o fato: um dos poderes
subjugou o outro. Qual seria a consequência disso num país sério? Bolsonaro
disse que fará tudo que for possível "dentro da lei". O povo
brasileiro alimenta a esperança de que os comunistas corruptos não saiam
impunes desse golpe escancarado. Não podem simplesmente levar no grito e calar
o grito de quem está indignado, com toda razão.
O "cala a boca" já
morreu, disse Cármen Lúcia, antes de votar pela censura temporária. Os
brasileiros não vão ficar só olhando enquanto suas liberdades básicas são
usurpadas por quem passou de todos os limites e triturou a Constituição. Chega!
Ou reagimos agora, ou será tarde demais...
Título e Texto: Rodrigo
Constantino, Gazeta
do Povo, 7-11-2022, 9h38
Que vergonha!!
ResponderExcluirMarcos Cintra, em depoimento à PF: ‘Fui induzido ao erro’