‘Rigor informativo de uma notícia não assenta exclusivamente na veracidade’, defende SIC para justificar imagens falsas
Elisabete
Tavares
Já são três
as deliberações, envolvendo quatro canais televisivos. A Guerra da Ucrânia tem
sido o palco para absurdos e propaganda dos media mainstream portugueses, incluindo uso de imagens de videojogos
para retratar a suposta realidade. A Entidade Reguladora para a Comunicação
Social lança farpas às televisões, mas para estas parece estar tudo bem. A SIC
até defende que se pode ser rigoroso mesmo com imagens falsas.
Depois da
CNN Portugal, agora foi a vez da SIC, da SIC Notícias e da RTP levarem um
“puxão de orelhas” da Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC),
através de duas deliberações distintas, por terem transmitido imagens falsas
sobre a guerra na Ucrânia.
No caso da SIC e da SIC Notícias, a ERC deliberou sobre uma queixa contra os canais de televisão do grupo Impresa devido à transmissão de uma “peça sobre um piloto ucraniano apelidado de ‘Fantasma de Kiev’”. Os dois canais televisivos abordaram, no passado dia 25 de Fevereiro, a história de “um piloto ucraniano, apelidado de ‘Fantasma de Kiev’, que alegadamente abatera vários caças russos”. As imagens usadas para ilustrar as notícias não eram reais, antes eram imagens de um jogo de vídeo de simulador de voo. E o “Fantasma de Kiev” era um verdadeiro fantasma: nunca ninguém o vira.
Na verdade,
a ERC confirma o teor da queixa: as imagens transmitidas foram retiradas de “um
vídeo de YouTube, [o] que demonstra que as peças (…) não reproduzem o atual
conflito”. Embora o regulador esclareça na deliberação que este vídeo já não se
encontra acessível, “antes da sua remoção foi possível identificar a peça em
causa e apreender os fundamentos da presente participação”.
No caso da RTP, a queixa feita junto da ERC diz respeito a uma
peça emitida a 1 de Março sobre a “utilização de cocktails Molotov por civis
ucranianos contra carros de combate russos”. Também as imagens eram falsas, por
não retratarem a realidade então vigente. Segundo o denunciante, as imagens
eram iguais às de um vídeo de YouTube, onde se exibiam imagens de um conflito
anterior, de 2014, e não as do atual conflito. De facto, as imagens retratam as
manifestações na Praça Maidan em 24
de Fevereiro de 2014, um conflito interno que viria a depois derrubar um
governo ucraniano pró-russo.
Deste modo,
em ambos os casos, a ERC não tem dúvidas em garantir que foram difundidas
imagens falsas, considerando que “a utilização destas imagens põe em causa o
rigor informativo”. Recorde-se que o regulador também já detectara o uso de
imagens falsas na CNN envolvendo também o uso de imagens de um videojogo.
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