terça-feira, 15 de novembro de 2022

Marinha abrirá inquérito para saber as causas da colisão do navio São Luiz contra a Ponte Rio-Niterói

A Marinha atribuiu o acidente à corrosão das amarras do navio e aos fortes ventos, que as rompeu e jogou a embarcação contra a Ponte Rio-Niterói

Patricia Lima

A Marinha do Brasil informou, por meio de nota emitida no início da noite desta segunda-feira (14), que abrirá um inquérito para apurar as causas do acidente envolvendo o graneleiro São Luiz, que se chocou contra a Ponte Rio-Niterói. Segundo a Marinha, o navio, que estava fundeado na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, era objeto de processo judicial. Apesar de estar desativado, a embarcação não oferecia riscos à navegação, de acordo com a autoridade marítima.

“A destinação da embarcação São Luiz é objeto de processo judicial. Enquanto aguarda a decisão judicial, a embarcação permanecia fundeada em local predefinido pela Autoridade Marítima, na Baía da Guanabara, desde fevereiro de 2016, sem oferecer riscos à navegação”, declarou a Marinha, adiantando que “um Inquérito sobre Acidentes e Fatos de Navegação (IAFN) será instaurado para apurar causas, circunstâncias e responsabilidades do acidente.”

De acordo com informações das equipes de perícia, o acidente teria ocorrido por causa da corrosão das amarras pela ação do tempo. A Marinha atribuiu ainda aos fortes ventos, o rompimento das amarras do graneleiro. O São Luiz estava ancorado na Baía Guanabara há seis anos.

Na hora do acidente, a Zona Norte do Rio de Janeiro estava sob forte ventania e pancadas de chuvas. Às 18h10, os aeroportos do Galeão e Santos Dummont registraram rajadas de vento de 57,4 km/h, e 53,7km, respectivamente.

Construído no Brasil, em 1994, o graneleiro São Luiz está fora de operação desde o início de abril de 2016, quando realizou a sua última viagem, de Porto Alegre rumo à capital fluminense. Desde então, o navio teria permanecido fundeado na Baía de Guanabara, na área do Caju, sem gerar transtornos.

Até 2018, o graneleiro de bandeira brasileira contava com tripulação a bordo, depois disso, as informações ao seu respeito são incertas. Com 200 metros de extensão e 30 metros de largura, o São Luiz tem capacidade de carga de 42.815 toneladas e tornou-se um navio fantasma, sendo incluído em alvo de causas judiciais. A falta de manutenção gerou grande desgaste no casco, consumido por ferrugem, e com presença de limo e mexilhões.

As informações são do jornal O Dia.

Título e Texto: Patricia Lima, Diário do Rio, 15-11-2022

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