Alexandre Garcia
Já há consequências na Câmara dos Deputados e no Senado da eleição do dia primeiro. Na Câmara, Arthur Lira, que fez 90% dos votos, emplacou o seu preferido para a vaga no Tribunal de Contas da União, que é um órgão que não é do Judiciário, é do Legislativo, e é preenchido por indicações da Câmara e do Senado. Foi eleito por 239 votos o deputado do Republicanos, de Roraima, Jonathan de Jesus, candidato de Lira, que confirma o seu poder lá dentro.
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados |
E a consequência da eleição de
Pacheco no Senado é que uma medida provisória do presidente da República, de 2
de janeiro, que extinguiu a Fundação Nacional da Saúde, a Funasa, vai ser
revertida. A Funasa agora ela vai ser ressuscitada, graças a um boca a boca de
urna, por compromissos para o governo ganhar votos pro Pacheco. Então já temos
duas consequências.
Rolo inexplicável
Mas o assunto do dia é essa
história do senador do Espírito Santo, do Podemos, que era do Cidadania, o
antigo Partido Comunista Brasileiro, o Marcos Do Val, que apoiou Bolsonaro e
que agora se meteu num rolo até agora inexplicável. Deu uma entrevista para a
revista Veja, anunciou, chamou atenção para essa entrevista, dizendo que era
uma bomba envolvendo Bolsonaro.
Bolsonaro teria sugerido que ele desse um golpe, gravasse uma conversa com Alexandre de Moraes para comprometer o ministro etc. e tal. Aí, na quinta-feira, ele dá outra entrevista dizendo que não era nada disso. Ele tinha dito até que iria renunciar ao mandato e agora não vai mais renunciar. Tem de explicar o porquê, tem que saber qual é o objetivo, por que ele fez tudo isso. Parece uma bipolaridade, num dia diz uma coisa, no outro diz outra radicalmente oposta.
Daniel Silveira
Bolsonaro só teria ouvido a
conversa e foi o Daniel Silveira que propôs tudo – o mesmo Daniel Silveira que foi
preso no primeiro dia sem mandato, por Alexandre de Moraes, porque teria
continuado a usar a rede social para ofender o Supremo e a Justiça Eleitoral.
Quer dizer, o ofendido é quem prende, incrível, né? Nem na inquisição
acontecia isso. E ele também tirou a tornozeleira – tirou mesmo, porque foi
indultado pelo presidente da República. Estava condenada a oito anos e nove
meses e foi indultado. Enfim, essa é outra discussão. A discussão é essa
história do Marcos do Val. Qual o objetivo disso? Ele pretendia o quê?
O Supremo e o papa
Agora o Supremo está com boa
fama entre os advogados. O advogado de um padre lá de Blumenau, que foi expulso
da Igreja pelo papa, está entrando no Supremo contra o papa, em outras
palavras, alegando que não teve direito de defesa. E está entrando no Supremo,
ou seja, até os advogados estão achando que o supremo está acima do papa.
Devem ter olhado essas coisas
que estão acima da Constituição, afinal, o Supremo transferiu direitos da
Constituição, que nem o Congresso pode alterar, para prefeitos e governadores
durante a pandemia, o direito de ir vir, de reunião, de trabalho, de culto,
tudo isso...
Título e Texto: Alexandre
Garcia, Gazeta do Povo, 2-2-2023, 21h26
FOTO LEGENDADA ACIMA.
ResponderExcluirGrito de um desconhecido:
- Alguém tem uma agulha ai para eu enfiar no rabo dele?
Aparecido Raimundo de Souza
de Santo Eduardo, RJ