Paulo Hasse Paixão
Os recentes despedimentos nos meios de comunicação social tradicionais americanos, em particular a purga de mais de 100 propagandistas no Los Angeles Times, bem como a queda de audiências nos principais sites de notícias corporativos, levaram a um debate público sobre o futuro do dito “jornalismo”.
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Comissários políticos numa parada militar germano-soviética na Polónia ocupada . Setembro de 1939 |
A comunicação social
estabelecida aproveitou o pânico para renovar os apelos para que o Congresso desenterre um
projecto-lei chumbado pela Câmara dos Representantes que visava salvar a
indústria, e que é totalmente apoiado pelo aparelho da censura: o Journalism Competition and Preservation Act (JCPA).
À semelhança do OnlineNews Act no Canadá e do News
Media Bargaining Code na Austrália, o JCPA abriria um funil
estatal de receitas publicitárias para os maiores conglomerados de media do
país, deixando a imprensa ainda mais, se possível, dependente da boa vontade
das elites políticas em Washington e dos tecnocratas em Silicon Valley.
O JCPA projecta a criação de
um cartel dos meios de comunicação social, que pode negociar colecivamente os
pagamentos das tecnológicas californianas. Estas últimas nem teriam escolha na
matéria: o projecto-lei permite que os acordos lhes sejam impostos através de
arbitragem. Tal como os pacotes legislativos canadiano e australiano, o JCPA
cria um fluxo de rendimento praticamente garantido para as empresas de
comunicação social, independentemente da qualidade e fiabilidade e
independência e decência do “jornalismo” que produzem.
É bestial.
(…)
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