quinta-feira, 14 de março de 2024

Até quando o Rio será refém de marginais que foram presos pela PM e soltos pelo Judiciário

Novamente um bandido solto por tecnicismos da Lei coloca a sociedade do Rio de Janeiro como refém, é urgente uma mudança no Código de Processo Penal, El Salvador mostrou ser possível

Quintino Gomes Freire

É com pesar que me vejo novamente abordando um tema tão antigo e recorrente: no Rio de Janeiro, a Polícia Militar e o programa Segurança Presente parecem travar uma batalha infindável, prendendo criminosos que logo são postos em liberdade. Este ciclo se evidenciou tristemente com o caso do jovem fã de Taylor Swift, assassinado em Copacabana, e se repetiu no recente sequestro de um ônibus na Rodoviária Novo Rio. Segundo Berenice Seara, do Tempo Real, o Ministério Público já havia solicitado, sem sucesso, por quatro vezes, a revogação do benefício e a regressão ao regime fechado do criminoso envolvido.

O sequestrador Paulo Sérgio de Lima, ingressou ao sistema prisional em 2019 após ser condenado a nove anos e quatro meses por roubo majorado, foi prematuramente libertado em outubro de 2020, transitando para o regime semiaberto. Entre 2022 e 2023, o MPRJ insistiu sem êxito na necessidade de sua regressão ao regime fechado. Como ressaltou Berenice, a impunidade não ocorre por falta de aviso.

Esse dilema não é exclusivo do Rio de Janeiro; o mesmo Código de Processo Penal rege todo o Brasil. Recorrer à superlotação das prisões como justificativa expõe a população honesta e, sobretudo, a mais vulnerável, a riscos inaceitáveis de assaltos e homicídios. Os mais afetados não são os ricos, a classe média alta, são aqueles dos estratos sociais mais baixos, nos roubos em ônibus, nas democráticas praias e nas ruas.

O debate político atual tende a polarizar-se entre direita e esquerda, frequentemente se concentrando em temas como aborto, drogas, armamento e questões de gênero, enquanto a urgente necessidade de reforma no Código Penal e a implementação de medidas que impeçam a liberação de criminosos perigosos por tecnicismos permanecem em segundo plano. É vital que a polícia tenha suas ações reforçadas por leis que não a deixem à mercê da frustração ao ver criminosos recém-detidos voltando às ruas.

A solução é viável, como demonstra o presidente de El Salvador, Nayib Bukele, ao reverter a situação de seu país, anteriormente assolado por gangues e com altas taxas de homicídio. Uma sociedade como a brasileira pode, sim, alcançar resultados semelhantes, respeitando os direitos humanos fundamentais sem necessariamente libertar todos os criminosos perigosos detidos.

Entretanto, a implementação dessas mudanças exige um esforço conjunto significativo por parte dos políticos, em prol de um projeto comum. Caso contrário, não serão apenas os passageiros de ônibus que permanecerão reféns, mas toda a sociedade do Rio de Janeiro. A urgência de reformas práticas e específicas no sistema penal brasileiro é palpável e deve ser priorizada para garantir a segurança e a justiça para todos os cidadãos.

Título e Texto: Quintino Gomes Freire, Diário do Rio, 13-3-2024

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Um comentário:

  1. Simples, rápido e fácil a solução. Prendam o Rio de Janeiro (numa redoma de vidro) e joguem toda a galera do judiciário num navio e os atirem aos tubarões em alto mar. Os que sobreviverem, entreguem aos bandidos. Aqui no Rio o que mais tem é bandido. Sugiro a querida Policia Militar fazer um cadastro deles.
    Carina Bratt
    da Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro.

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