quarta-feira, 13 de março de 2024

Abstenção boa e abstenção má

Telmo Azevedo Fernandes


Durante mais de uma década as nossas ditas elites mostraram-se preocupadíssimas com o grave risco para a Democracia dos elevados níveis de abstenção, assim como com o alheamento dos jovens da política.

Não me recordo de algum dirigente partidário ou fazedor de opinião que não tenha escrito rios de tinta com apelos ao voto e à mobilização da juventude para a causa pública. Sempre consideraram que votar é um dever cívico e que a abstenção representava uma demissão da responsabilidade de fazer escolhas e uma forma de deixar aos outros decidir o nosso destino coletivo.

Não houve um político no ativo ou na reserva que deixasse de registar como extremamente negativo o afastamento dos partidos das camadas mais novas da população. Desenharam-se campanhas e definiram-se estratégias para motivar a juventude a ir às urnas.

Ora, no Domingo passado o nível de abstenção baixou muito significativamente, tendo o Chega sido o principal responsável por fazer dos abstencionistas novos votantes. Aliás, não é à toa que o Chega teve um milhão e cem mil votos. Registo também que mais de 300 mil eleitores do partido de André Ventura e Rita Matias são pessoas com menos de 35 anos.

Aparentemente estes dois factos iriam precisamente ao encontro do grande desígnio nacional de baixar a abstenção e atrair os jovens. A menos que essas bandeiras fossem apenas hipocrisia e cinismo de quem afinal acha que a Democracia deve ser apenas para alguns, os da casta certa.

No final da minha crónica-vídeo disponível aqui, breves excertos da emissão especial da Sic-N de Domingo passado.

Título e Texto: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 13-3-2024

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