“Há de se notar que um
indivíduo, vivendo em sociedade, constitui de certo modo uma parte ou um membro
desta sociedade. Por isso, aquele que faz algo para o bem ou para o mal de um
de seus membros atinge, com isso, a toda a sociedade” (Santo Tomás de Aquino,
“Summa Theologiae”, I-II, q. 21, a. 3).
João Bosco Leal
Lendo o pensamento de São
Tomás, voltei o meu para pessoas que marcaram sua vida pela construção de algo
que faria o bem ou o mal, de modo a atingir o coletivo. Aquelas que
historicamente serão lembradas por prejudicarem, matarem, melhorarem ou
salvarem a vida de milhões de seres humanos.
Adolf Hitler foi o primeiro a
ser lembrado, mas também me lembrei de pessoas do bem, que nos mais variados
setores, inventaram ou lutaram por algo que beneficiou toda a humanidade, como
Thomas Alva Edison com mais de 1090 patentes – entre as quais a lâmpada
incandescente -, Leonardo da Vinci, Albert Sabin, Nelson Mandela e Steve Jobs.
Infelizmente, após a posse de
Lula, os casos corrupção no Brasil passaram a ocorrer em quantidade que “nunca
antes na história desse país” haviam sido vistos e tornaram-se nossa maior
praga moral. Pensando nos homens públicos brasileiros, só me lembro de pessoas
corruptas e de raros exemplos de dignidade como o de Antonio Ermírio de Moraes.
Diariamente a imprensa
denuncia novos casos de suspeita ou de corrupção já constatada, nos mais
diversos setores da administração pública. São tantos os casos de mensalões,
dólares na cueca, desvios, contas no exterior, palestras que rendem fortunas, ministros,
políticos e diretores de estatais se encontrando com “chefões” em quartos de
hotel, que já se aguarda a cada noticiário, qual será a nova descoberta.
Pessoas denunciadas continuam
ocupando cargos públicos por meses, assinando novos contratos suspeitos, dando
ordens para a execução de obras comprovadamente superfaturadas e só depois de
pressões enormes acabam deixando o cargo, mas apesar dos “mal feitos”
cometidos, invariavelmente é substituído por outro membro de seu próprio
partido político.
Em uma nova espécie de
“mensalão”, os diversos Ministérios, empresas e bancos públicos, foram
transformados em “propriedades” de partidos que passam a gerir as verbas destes
como bem entendem. Em troca, esses partidos aceitam aprovar os mais diversos
projetos do governo, inclusive a liberação de verbas legalmente vinculadas a
áreas específicas, como as de saúde e educação, para serem utilizadas em
quaisquer outras áreas de interesse do Poder Executivo.
Com esse tipo de
desvinculação, o governo passa a liberar mais verbas para as emendas que foram
propostas por membros do Poder Legislativo ao orçamento da União, conseguindo
destes o apoio necessário para que tudo continue, até a necessidade da
aprovação de novos projetos ou do novo orçamento para o ano seguinte.
As verbas liberadas para as
emendas abastecem os interesses particulares dos membros que as propuseram e em
contrapartida, estes aprovam novas solicitações de gastos e de aumentos
salariais do Poder Judiciário, fechando o círculo.
Além dos prejuízos econômicos
causados pelos participantes dessa farra, ocorre um ainda maior, imensurável, o
prejuízo moral causado à população mais jovem, bombardeada em tal quantidade
com esse tipo de informação que acabará entendendo ser esse o comportamento
normal.
A destruição moral da
juventude é mais grave do que a provocada por drogas, pois mesmo o viciado
possui consciência do mal provocado por elas, mas aquele que perde sua base
moral não a transmitirá a seus filhos e com o tempo, toda a população se
tornará corrupta.
Não se pode admitir a
continuidade dos corruptos na administração pública sob pena de, em breve, uma
nova geração de brasileiros achá-la tão normal que esse impedimento já não será
possível.
Título, Imagem e Texto: João Bosco Leal, 16-12-2011
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