Afetada pela turbulência nos
mercados com a crise europeia e nos EUA e pressionada por um pesado plano de
investimento, a Petrobras inicia o ano provocando mais incertezas para
investidores. Além disso, tem dificuldades para elevar a produção de petróleo a
curto prazo. Em 2011, a estatal teve a segunda maior perda de valor de
mercado do mundo, num tombo de US$72,39 bilhões, segundo levantamento com mais
de cinco mil empresas da base de dados da Bloomberg News. E caiu, assim, duas
posições no ranking das maiores petroleiras do planeta, para a quinta posição.
No ano que começa, a maioria dos analistas que acompanham o dia a dia da
Petrobras acredita na recuperação da ação. Mas essa avaliação não é unânime.
Em dez carteiras de ações
recomendadas pelas corretoras aos clientes em janeiro, as ações da Petrobras
aparecem em sete, entre papéis preferenciais (PN, sem voto) e ordinários (ON,
com voto). Para Emerson Leite, analista do Credit Suisse, nada parece indicar
uma recuperação das ações. Ele explica que a empresa sofre com a
indisponibilidade de plataformas e sondas para produzir e explorar petróleo. No
ano passado, até novembro, a Petrobras produziu em média 2,016 milhões de
barris de petróleo por dia, abaixo da meta de 2,1 milhões diários. - Temos
visto também intervenções do Ministério do Trabalho nas plataformas e campos
sofrendo declínio natural da produção. Nada indica uma mudança nesse quadro de
baixo crescimento para este ano - afirma o analista do Credit Suisse, que
não tem entre suas recomendações as ações da Petrobras.
Segundo Leite, ao mesmo tempo
em que tem dificuldades para aumentar a produção, a Petrobras conduz um plano
de investimento de US$224,7 bilhões entre 2011 e 2015. Isso indica mais
desembolsos, dificultando o crescimento do lucro e a geração de caixa. - O
que poderia puxar as ações da Petrobras é um aumento do preço do barril de
petróleo (atualmente já na faixa de US$100), em meio aos conflitos entre o Irã
e o Ocidente. Mas num ambiente de desaceleração do crescimento da economia
global, isso é bastante incerto - explica Leite. Uma boa parte dos
analistas acredita, no entanto, que a queda no preço das ações no ano passado
vai abrir espaço para uma recuperação em 2012. O papel PN fechou o ano passado
com uma queda acumulada de 18,32%, a R$21,29. Já a ação ON recuou 22,21% no
período, para R$22,80.
Segundo Paulo Esteves, da
Gradual Investimentos, as ações da Petrobras oferecem uma boa oportunidade de
compra. Ele explica que o atual preço da ação não condiz com as perspectivas de
desempenho da companhia com suas novas descobertas. - Vemos ainda um
crescimento vigoroso da demanda doméstica de derivados de petróleo nos próximos
anos - diz. É mais barato atualmente comprar as ações de Petrobras do que
de Exxon Mobil (EUA), Petrochina, Royal Dutch Shell (anglo-holandesa), Chevron
(EUA) e Total (França). É mais cara do que a britânica BP, cujas ações nunca se
recuperaram completamente do grande vazamento de petróleo no Golfo do México,
em abril de 2010.
Os analistas da Coinvalores
Marco Aurélio Barbosa e Bruno Piagentini veem o papel da estatal com
"otimismo contido". Barbosa afirma que os investidores que mantiverem
ações nos próximos quatro anos podem ter um bom retorno. Com entrada em
produção do petróleo do pré-sal, a produção da companhia deve chegar a quatro
milhões de barris diários em 2015. - Vemos a Petrobras como um case de longo
prazo. É comprar agora, por um preço barato, e aguardar 2015, quando a economia
mundial também estará melhor - explica Barbosa.
Outro fator positivo seria o
aumento nos preços da gasolina e do óleo diesel vendidos nas refinarias,
autorizado pelo governo em novembro de 2011. Pelo cálculos do Credit Suisse,
esse reajuste vai gerar uma melhora de US$1,2 bilhão no caixa da estatal, em um
ano. Isso significa um acréscimo de US$100 milhões mensais. O engenheiro Guilherme
Nascimento é um dos milhares de pequenos investidores da Petrobras. Segundo
ele, as ações prometem um desempenho positivo a longo prazo, com a entrada em
produção de grandes campos do pré-sal: - Se me arrependi de ter ficado com a
ação da Petrobras por tanto tempo, claro que sim. Qualquer um ficou. Mas não
tenho bola de cristal. E é uma ação que, a longo prazo, vai dar retorno
razoável.
Foi nesse cenário que a
Petrobras encerrou o ano passado com a segundo maior perda de valor de mercado.
Esse tombo só não foi maior que o do Bank of America, listado em Nova York, que
perdeu US$77 bilhões de valor de mercado. O banco sofre com o negócio no
mercado de hipotecas. Isso deve provocar venda de ativos do banco, que já
anunciou a demissão de 30 mil funcionários nos próximos anos. O fraco
desempenho das ações da Petrobras fez a companhia perder duas posições no
ranking de valor de mercado de petroleiras mundiais, ultrapassada pela
anglo-holandesa Royal Dutch Shell e pela americana Chevron. - Foi um ano
para ser esquecido, com uma conjuntura desfavorável para a Petrobras - acrescenta
Barbosa. Essa perda de valor da ação reduziu o volume de negócios realizados
com as ações da empresa. Foram R$124 bilhões, uma queda de 21% em relação ao
ano anterior e o pior resultado em cinco anos.(O Globo)
Título e Texto: CoroneLeaks
É por estas e por outras que os esquerdeiros adoram as nacionalizações: empresas públicas têm funcionários (públicos) que são... "inademitíveis" e são "defendidos" por sindicatos "oficiais" e oficiosos que são financiados pelos partidos de esquerda - os que defendem os trabalhadores; por "sindicalistas" que não trabalham mais, fazem carreira sindical, entende? O "defensor dos oprimidos" começa numa Comissão de Trabalhadores ou numa Associação Profissional... Se se animar muito, logo logo é convidado pelos tubarões do sindicalismo... Alguns percebem a selva e se mandam. Lamentável, pois são os autênticos defensores dos colegas e da profissão. Normalmente, são atropelados pelos próprios colegas, que exigem direitos e repudiam deveres - porque detestam trabalhar, ou detestam o que fazem. E estes, ou os representantes dos interesses destes, vão cavando e edificando as carreiras no sindicalismo. Vai do Sindicato, vai para a Federação, Confederação, Central Sindical... em alguns países, como Portugal, essa belíssima carreira se faz à e na sombra de um partido político... Em outros países, simplesmente os governos subsidiam - injetam dinheiro público - nas organizações "defensoras dos trabalhadores"... que, é evidente, nunca encontram razões para defender os trabalhadores - públicos - contra o Estado! E, muito menos, dos demais trabalhadores contra o Governo.
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