sexta-feira, 13 de julho de 2012

Alemães não querem dar mais tempo a Portugal

Eudora Ribeiro
Perto de dois terços dos alemães opõem-se a que se dê mais tempo aos países sob ‘bailout’ para cumprir as metas do défice.
De acordo com uma sondagem divulgada hoje, quase 66% dos alemães não concorda que se dê mais tempo a Portugal, Grécia e Espanha para cumprir as metas acordadas com a troika.
Recorde-se que a Grécia pediu mais dois anos para implementar as medidas e reformas para baixar o défice, justificando com uma recessão mais acentuada que o esperado no país, pedido que a Alemanha rejeitou. Já Espanha conseguiu, esta semana, a permissão dos ministros das finanças da zona euro para ter um ano adicional para cumprir as metas do défice, em troca de mais cortes orçamentais. No que respeita a Portugal, ainda não pediu mais tempo, mas esta hipótese tem sido largamente discutida no palco político nacional, sobretudo após o chumbo do Tribunal Constitucional ao corte nos subsídios aos trabalhadores e pensionistas da Função Pública, uma vez que o governo tem agora de encontrar medidas alternativas para compensar o encaixe de dois mil milhões de euros que iriam resultar deste corte.
A poll da ZDF-Politbarometer, citada pela Reuters, também mostra que 63% dos alemães apoia a forma como a chanceler Angela Merkel tem gerido a crise de dívida, acima dos 60% registados em Maio, apesar de a maioria dos inquiridos também considerar que Merkel tem de explicar melhor as suas políticas.
Mais de metade dos alemães também não concorda com a mutualização da dívida na zona euro, o mesmo é dizer que os alemães estão alinhados com a chanceler na recusa da emissão de eurobonds, uma estratégia que tem sido defendida por vários líderes e especialistas como a única forma de travar a crise de dívida do euro.
A mesma sondagem mostra que o partido conservador de Merkel continua a ser o mais popular na Alemanha, com um apoio de 36% dos sondados, dois pontos percentuais acima da última poll, de Maio.
Esta sondagem foi realizada com base na entrevista a 1.255 alemães entre os dias 10 e 12 de Julho.
Título e Texto: Eudora Ribeiro, Diário Económico, 13-7-2012

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