sexta-feira, 6 de julho de 2012

Irã internacionaliza terror

Francisco Vianna
Agentes iranianos planejavam atingir alvos israelenses e ocidentais no Quênia
Dois agentes iranianos foram presos por posse de explosivos que planejavam usar em ataques terroristas a alvos americanos, britânicos, sauditas e israelenses no Quênia, alegam autoridades do país africano.
Autoridades quenianas disseram à agência de notícias Associated Press que a conspiração parece obedecer a um padrão global de ataques terroristas – ou de tentativas de ataques – por agentes iranianos, principalmente contra interesses israelenses.

Ahmad Abolfathi Mohammad e Sayed Mansour Mousavi foram presos na semana passada de posse de 33 libras do explosivo plástico RDX, de alto poder destrutivo, na cidade costeira de Mombasa, foto: AP
Os dois sujeitos acima na foto foram presos com 33 libras de RDX, um poderoso explosivo plástico, na cidade costeira de Mombasa. Diversos hotéis de praias no país são de propriedade de israelenses e judeus. Uma das autoridades disse que os iranianos são membros do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica da Força Qud, uma unidade secreta de elite do regime islamofascista persa.
Mohammad, o da esquerda na foto, disse na semana passada que os dois foram interrogados por agentes israelenses, uma alegação que, se verdadeira, estaria a sugerir que as autoridades de segurança queniana acreditam que os persas poderiam ter escolhido, como alvo, uma propriedade de judeus israelenses. Agentes iranianos são suspeitos de diversos atentados ou ataques frustrados pelo mundo a fora no ano passado, inclusive no Azerbaijão, na Tailândia e na Índia. A maior parte das conspirações tem a ver com alvos israelenses.
Diversos resorts no litoral do Quênia são de propriedade de judeus e israelenses. Militantes, em 2002 bombardearam um luxuoso hotel pertencente a um judeu israelense próximo de Mombasa, matando 13 pessoas. Os terroristas também tentaram derrubar a tiros um avião de carreira israelense ao mesmo tempo. Um agente da al-Qaeda estava ligado a tais atentados.
Cinco cientistas iranianos ligados ao programa nuclear de Teerã foram também mortos nos últimos dois anos e o Irã culpou Israel pelos assassinatos – bem como as agências de inteligência dos EUA e da Grã-Bretanha. Em troca, Israel acusa o Irã de alegadas missões de represália contra propriedades de cidadãos israelenses e contra judeus que trabalham no exterior.
O Irã nega tais ligações com atentados fora de suas fronteiras.
Representantes da Embaixada Americana no Quênia, do Alto Comissariado Britânico e da Embaixada Israelense no país africano se negaram a comentar sobre as prisões dos agentes persas. Um porta-voz do governo queniano não atendeu às chamadas telefônicas nem as mensagens de texto que buscavam seus comentários.
Investigadores acreditam que se a conspiração dos iranianos tivesse tido sucesso, a suspeita da autoria naturalmente cairia não sobre o Irã, mas sim sobre o grupo militante somali al-Shabab, ligado à al-Qaeda. Esse grupo Al-Shabab vem ameaçando derrubar arranha-céus de Nairobi, em sequência à ação militar do Quênia na Somália no ano passado.
Militantes terroristas – mais provavelmente da Somália – perpetraram atentados de pequena escala no Quênia no ano passado, inclusive sequestros, atentados a granada e um a bomba no centro de Nairobi que arrancou o telhado de um prédio.
Título e Texto: Francisco Vianna (Fonte: AP)

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