Francisco Vianna
Misteriosa queda dos fundos
externos cubanos demonstra que Havana está entesourando divisas visando
possível colapso venezuelano.
Os ativos de bancos cubanos
depositados no exterior, que são parte de um sistema internacional de dados,
mostraram uma surpreendente queda de 1,55 bilhão de dólares, ou 24 % do total
depositado, em apenas nos três últimos meses do ano passado. Um relatório do
Banco Internacional de Acordos (Bank for International Settlements - BIS),
publicado em 4 de junho passado, mostrou que os depósitos do Banco de Cuba
(estatal) nos Bancos Centrais de diversos países e nos centros financeiros do
BIS caíram de 5,65 bilhões de dólares em fins de setembro para 4,1 bilhões de
dólares em fins de dezembro do ano passado.
O banco internacional dispõe
de 43 membros e todos consideram a queda como inusitada e que alguns acham que
não há razões confirmadas senão muita especulação tanto para o crescimento dos
depósitos cubanos no exterior verificada até setembro, como para a sua
posterior queda.
Os depósitos externos do Banco
Estatal de um país costumam ser usados para pagar ou garantir (aval) os acordos
de importação. Como o presidente venezuelano Hugo Chávez, um generoso aliado de
Havana, está em campanha de reeleição e, segundo se tem informado, padece de
câncer em estado terminal, os membros do politburo comunista cubano podem estar
a “fazer caixa” e aumentado suas reservas em moedas fortes “para fazer frente a
um possível colapso venezuelano”. A dívida externa cubana é de apenas 1,7
bilhão de dólares e a maioria dos membros do BIS está em países ocidentais
desenvolvidos.
Alguns analistas acham que o
Banco de Cuba pode estar depositando dinheiro em bancos fora do BIS –
principalmente nos chamados “paraísos fiscais” – e o regime comunista da ilha
não faz qualquer comentário a respeito. Alguns acreditam que pode estar ocorrendo
algo que eles ainda não saibam. Coisas de regimes autoritários e fechados,
dizem outros...
O ditador Raúl Castro está em
viagem de visita à China e ao Vietnã numa de suas raras idas ao exterior desde
que substituiu o “Coma andante” seu irmão Fidel provisoriamente na chefia do
governo em 2006, e oficialmente em 2008.
O mais provável é que, pelo
menos, parte desses recursos tenha sido usada para a compra de comida para o
seu povo miserável e improdutivo, como sói ocorrer com os que vivem do sustento
do estado. Segundo diversas publicações internacionais, os Castros têm muito
mais do que isso em depósitos secretos em paraísos fiscais, como Luxemburgo e
as Ilhas Jersey. Cuba importa cerca de 1,5 bilhão de dólares por ano apenas em
produtos agropecuários, ou seja, comida.
Havana, que tinha depósitos
consideráveis em bancos espanhóis, pode também ter se assustado com a crise do
euro e transferido uma grande parte de seus depósitos para outros bancos fora
do sistema do BIS, como alguns bancos canadenses, por exemplo.
Informantes de dentro do
politiburo comunista cubano dizem que a ditadura cubana pode estar convertendo
moeda em ouro como uma forma de se proteger da instabilidade financeira dos
mercados globais.
Título, Imagem e Texto: Francisco Vianna, (com base na mídia
internacional), 05-07-2012
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