quarta-feira, 24 de setembro de 2014

O nascimento de Carpo...

Na pintura acima, Zéfiro (na esquerda), acompanhado pela ninfa Clóris, aparece assoprando na direção da deusa Vênus. À direita de Vênus há uma Hora (deusas das estações), que lhe entrega um manto com flores bordadas.
O Nascimento de Vênus, de Sandro Botticelli, 1483, Galleria degli Uffizi, Florença

Jonathas Filho
Qualquer pessoa gosta de boas notícias, até mesmo os mais ecléticos.
- Uma boa notícia para um cético, sempre vai criar uma dúvida na qual se fundamentará o incrédulo, pois ele não sentirá de imediato a afirmação como flagrante verdade. Ele poderá até dizer que uma afirmação não significa que esteja correta ou errada. Poderá falar, tergiversando, que palavras são palavras, nada mais que palavras e que isso já aconteceu antes e que “não deu em nada”! 

- Uma boa notícia dada a um otimista transforma a esperança dele em confiança... que tudo vai dar certo e murmurará: que bom, uma benção!

- Boa notícia trazida e traduzida, mesmo que da forma mais encantadora para um pessimista será vista pelo lado negativo, pois ele sempre espera o pior e vai assegurar que tem muito remédio feito com veneno portanto... cuidado com a dosagem a ser tomada.

Sem nenhuma conotação de ceticismo e sim com a experiência, que é uma excelente conselheira, que vejo que as boas notícias devem ser bem-vindas, mas depende muito de onde se originaram. A mais recente nos remete a um passado que não queremos reviver, pois, segundo o entendimento de “certas criaturas” pode ser de grave dano ou dano de difícil reparação conforme aludido em uma deliberação que “pulverizou” os nossos anseios em milhares de litros de lágrimas.

Isso se deu há dois anos e seus efeitos foram tão amargamente sentidos que, suponho, possam ter abreviado a existência de alguns amigos ansiosos por melhores dias.

Apesar de não ser possível mais obstruções ou quaisquer impedimentos, uma boa notícia pode ser somente de palavras, que terão de aguardar atos concretos, de tratamento digno e com o devido respeito merecido por aqueles que têm a esperança renovada após a notícia alvissareira. Que se comemore depois de se sentir, de fato, os efeitos de bem-estar, contentamento e alegria, pois até um minúsculo grão de pólen carregado pelo vento pode levar algum tempo para cair no estigma de uma flor e ocorrer a fecundação. Desde que, neste lapso de tempo tenha ocorrido a fecundação, começará a flor a murchar... caem as pétalas, sépalas e estames iniciando assim a germinação. O óvulo fecundado desenvolve-se com a semente no interior. É o milagre da vida acontecendo. É Zéfiro, o deus-vento tomando Clóris, a deusa das flores em seus braços e fazendo dela sua esposa e nesse amor floral nasceu Carpo.

Aí sim, devemos comemorar, pois a Justiça de Pindorama nos permitirá ver flores e frutos e não haverá melhor momento para demonstrar essa satisfação.

Afinal, ninguém tem o poder de deter a Primavera e assim sendo... que venha o nosso Carpo.
Título e Texto: Jonathas Filho, 24-9-2014 

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2 comentários:

  1. Muito bom, Jonathas! De tutela em tutela algo vai acontecer, mesmo que vazia ainda continua a panela... A galinha para a panela ainda está na engorda. Quem sabe possamos todos um dia voar para Lisboa e desfrutar do delicioso arroz piripiri no Rossio e a galinha à cabidela...

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    1. Meu caro Habitzreuter, por enquanto só a antecipação de nutela que é bem doce pois como vc disse, continua vazia a panela. Ir à LIS para o Rossio ou Alfama, estou de pleno acordo e quem sabe, se isso acontecer no verão europeu, ir ao Faro onde ótimos pescados e mariscos, sempre deliciam meu faro. Obrigado por me ler, grande abraço!!! Jonathas Filho

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