O Implicante
Há vários adolescentes entre
os acusados, então as feministas de esquerda, em grande maioria, não dedicam ao
caso um décimo da raiva que destilam a comerciais de TV e programas
humorísticos.
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Moradores de Castelo/PI – foto de Catarina Costa/G1 |
No Piauí, quatro adolescentes
foram brutalmente agredidas e estupradas. Mas não houve revolta pública da militância
feminista de esquerda. Muito provavelmente porque há cinco suspeitos/acusados com idades de 15 a 17 anos. Em
tempos de debate da redução da maioridade penal, algumas pessoas que dizem
militar pelas mulheres preferem, antes e acima disso, militar pela esquerda.
Guardadas as proporções, a
situação tem similaridades com o atentado terrorista contra o jornal Charlie
Hebdo. A atrocidade obviamente deveria ser condenada por todos, mas houve casos
de silêncio obsequioso e até relativização, já que os perpetradores eram
muçulmanos e o fato poderia fortalecer a direita europeia (não faltaram
esquerdistas brasileiros tomando essa postura, alguns publicamente, outros
chegando ao ponto de “lacrar” dizendo que talvez os humoristas tivessem
provocado).
A história se repete (como a
velha farsa de sempre): um ato bárbaro contra meninas é agora solenemente
ignorado por boa parte da militância esquerdista do feminismo nacional. Devem
acreditar que jogar luz a esse fato pode, ao fim e ao cabo, ajudar na
diminuição da maioridade penal – e aí preferem deixar de lado a bandeira que
alegam defender como a principal.
Bobagem, claro. Antes da
causa, seja qual for, vem a ideologia maior, a causa-mãe. Por essas e outras,
chega a ser patético verificar aquelas militantes, sempre em fúria contra
comerciais de TV, programas humorísticos ou fanpages de humor, agora em total
silêncio – algumas, para além disso e sem condenar o estupro com a mesma
veemência, surgem em discussões nas redes atacando a delegada que teria
sugerido castração química dos estupradores.
A lógica dessa militância é
deplorável: primeiro, o esquerdismo; depois, e só mesmo depois, os direitos das
mulheres. E isso vale até mesmo para o caso de adolescentes estupradas.
Triste, sem dúvida. Mas nada
de novo, em se tratando dessa gente que não defende uma causa, mas sim se
infiltra em movimentos específicos para fazer prevalecer, bem acima da pauta
específica, o esquerdismo mais doentio possível.
A parte boa: muitas feministas
não mais toleram esse oportunismo esquerdista – valendo como exemplo o ótimo
blog Margaretes.
E isso vem ocorrendo com várias outras bandeiras, em maior ou menor escala. Já
estava na hora.
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