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A bandeira oficial institucional
da Lusitânia e das terras lusas
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Aileda de Mattos Oliveira
O nascimento de uma nação
sempre se fez com armas manchadas do sangue dos seus combatentes. Se a
conquista da independência finaliza uma luta, dá início à consolidação do ato
de transformação política, com ações constantes de vigilância e de defesa da soberania
alcançada.
Ficamos proprietários de um
território gigantesco, após a tutoria de centenas de anos dos primeiros que
nele pisaram. Ao partirem, deixaram-nos as primeiras vigas institucionais, as
crenças, o conjunto de valores culturais que regrariam a vida da nova nação e
modelariam a visão de mundo do povo, descendência miscigenada dos genes
europeu, africano e nativo. Origem e cultura são indissociáveis da identidade
nacional por constituírem-se herança antropológica. Portanto, somos únicos, sem
parâmetro comparativo com outros povos.
Herdamos as tradições
portuguesas, a língua, que documentou histórica e literariamente a saga dos
navegantes e feitos lusitanos, que continuaram, aqui, a história de sua gente,
e que nós prosseguimos com novos capítulos. Capítulos totalmente divergentes
dos escritos pelas nações andinas, com outro conquistador, com outro povo
escritor, com outra língua.
Outra língua! Basta isso, para
sermos diferentes! A língua é a expressão da alma, das emoções sentidas pelo
homem à sua terra, seu lar natural, emoções impossíveis de serem reproduzidas
em outro idioma, por mais evoluído que seja.
O historiador Cel. João
Batista Magalhães (“A Compreensão da Unidade do Brasil”) expõe as indagações do
Professor Alan K. Manchester: “Por que a América brasileira permaneceu unida?
Por que, como a América espanhola, não se partiu em fragmentos independentes?”
(p. 23)
As respostas, Magalhães as dá
e transcrevo as mais óbvias, em forma livre.
Os andinos eram povos de maior
evolução, pondo em prática uma espécie sui generis de “organização política”,
diferentemente daqueles encontrados pelos portugueses, ainda no estágio da
idade da pedra. Além disso, os conquistadores espanhóis priorizaram a pilhagem
das riquezas, tão próximas às suas mãos, ao contrário dos lusitanos que só
tinham, à vista, como algo lucrativo, o pau-brasil.
Mas, reside no plano das
relações humanas a diferença fundamental entre as duas colonizações. Orgulhosos
da casta, preservaram os espanhóis o seu espaço de dominadores. Os portugueses,
além de dominarem a população nativa, cruzaram-se com ela, viveram a sua vida,
absorveram a sua cultura, da mesma forma que transmitiram a sua. Eis a lição
lusitana de unidade.
Uma nova pergunta se faz,
então, premente: o que temos a ver com Simón Bolívar? Se os espanhóis e
sucessores não avaliaram a importância da unificação territorial das colônias
hispânicas, querem seus descendentes nos tirar as fronteiras físicas pela
imposição de uma unidade política pela força, pelo jugo de uma ideologia comprovadamente
amoral e imoral, nefasta aos interesses brasileiros?
A Grande Pátria brasileira,
mantida por denodados defensores da honra e imperativos no cumprimento do
dever, deve banir a odiosa ideia de “Pátria Grande”, maquinação do “Foro de São
Paulo”, centro de retrógados revisionistas latinos e um acinte à memória e ao
sangue derramado desses nossos antepassados.
Covardes serão povo e
instituições, todas elas, se se omitirem na defesa da vasta herança geopolítica
que eles nos legaram!
Título e Texto: Aileda de Mattos Oliveira, Doutora em
Língua Portuguesa, Vice-Presidente da Academia Brasileira de Defesa, 9-7-2015
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