terça-feira, 14 de julho de 2015

E se a zona EURO fosse constituída por dezenove membros como a Grécia?

Tavares Moreira
À questão colocada em título, se fosse objecto de um inquérito público – questão meramente teórica, felizmente – estou crente que a resposta quase unânime seria… isso é impossível, a zona EURO ficaria ingovernável, um PANDEMÓNIO!

Certamente, com cada um dos países membros a necessitar de mais ajuda do que os outros, todos a gritarem pelos seus interesses, cada um mais endividado que os outros, todos á beira da insolvência, o que seria da zona e do EURO?

Não será necessário grande esforço para concluir que essa zona EURO imaginária implodiria fragorosamente, depois do EURO cair no mais completo descrédito, transformada numa gigantesca Venezuela (para não dizer Zimbawe): economias destroçadas, com os PIB’s em vertigem descendente; investimento ZERO; desemprego subindo a galope; Estados, BCE e sistemas bancários nacionais completamente falidos; fuga de capitais generalizada; moeda comum repudiada internacionalmente – uma tragédia económica em grande escala!

No entanto, para quem tenha prestado alguma atenção às reacções de um grande número de comentadores nos media lusos sobre os mais recentes acontecimentos da zona EURO – com destaque para ilustres Tudólogos que exibem nas TV’s os seus profundos conhecimentos sobre toda e qualquer matéria…

… A Grécia é hoje apresentada como um modelo político de excelência, exaltada pelo seu papel redentor da Europa… pelo que uma zona EURO com 19 “Grécias” deveria, ao invés do quadro aterrador descrito no ponto 3, constituir um oásis político e económico, onde se respiraria felicidade e bem-estar, dotada de Estados Sociais generosos e plenipotentes, economias nacionais saudáveis e inclusivas…

E também é vista como vítima dos celerados Estados credores que a quiseram humilhar, exigindo, desta vez, garantias de cumprimento dos novos empréstimos!

Garantias de cumprimento?! Mas que barbárie a dos países credores, exigindo garantias de reembolso dos novos empréstimos! Não sabem eles que esses novos empréstimos não devem ser reembolsados, como prémio à coragem grega de dizer NÃO? Ou que, na melhor das hipóteses, deveriam ser negociados sem prazos de reembolso e a cupão zero?

Decididamente, estes “media”, seus opinion-makers e Tudólogos inclusos, perderam completamente a noção da realidade, entraram na mais completa paranoia encandeados pelas aventuras radicais do Siryza, estarão já no limiar de um ensandecimento colectivo!
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 14-7-2015

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