À questão colocada em título,
se fosse objecto de um inquérito público – questão meramente teórica,
felizmente – estou crente que a resposta quase unânime seria… isso é
impossível, a zona EURO ficaria ingovernável, um PANDEMÓNIO!
Certamente, com cada um dos
países membros a necessitar de mais ajuda do que os outros, todos a gritarem
pelos seus interesses, cada um mais endividado que os outros, todos á beira da
insolvência, o que seria da zona e do EURO?
Não será necessário grande
esforço para concluir que essa zona EURO imaginária implodiria fragorosamente,
depois do EURO cair no mais completo descrédito, transformada numa gigantesca
Venezuela (para não dizer Zimbawe): economias destroçadas, com os PIB’s em
vertigem descendente; investimento ZERO; desemprego subindo a galope; Estados, BCE
e sistemas bancários nacionais completamente falidos; fuga de capitais
generalizada; moeda comum repudiada internacionalmente – uma tragédia económica
em grande escala!
No entanto, para quem tenha
prestado alguma atenção às reacções de um grande número de comentadores nos
media lusos sobre os mais recentes acontecimentos da zona EURO – com destaque
para ilustres Tudólogos que exibem nas TV’s os seus profundos conhecimentos
sobre toda e qualquer matéria…
… A Grécia é hoje apresentada
como um modelo político de excelência, exaltada pelo seu papel redentor da
Europa… pelo que uma zona EURO com 19 “Grécias” deveria, ao invés do quadro
aterrador descrito no ponto 3, constituir um oásis político e económico, onde
se respiraria felicidade e bem-estar, dotada de Estados Sociais generosos e
plenipotentes, economias nacionais saudáveis e inclusivas…
E também é vista como vítima
dos celerados Estados credores que a quiseram humilhar, exigindo, desta vez,
garantias de cumprimento dos novos empréstimos!
Garantias de cumprimento?! Mas
que barbárie a dos países credores, exigindo garantias de reembolso dos novos
empréstimos! Não sabem eles que esses novos empréstimos não devem ser
reembolsados, como prémio à coragem grega de dizer NÃO? Ou que, na melhor das
hipóteses, deveriam ser negociados sem prazos de reembolso e a cupão zero?
Decididamente, estes “media”,
seus opinion-makers e Tudólogos inclusos, perderam completamente a noção da
realidade, entraram na mais completa paranoia encandeados pelas aventuras
radicais do Siryza, estarão já no limiar de um ensandecimento colectivo!
Título e Texto: Tavares Moreira, “4R – Quarta República”, 14-7-2015
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