Redução de preços continua maior entre famílias de renda alta
Ana Cristina Campos
O Indicador de Inflação por Faixa de Renda apontou desaceleração da taxa de inflação para todas as faixas de renda no mês de junho.
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Foto: Geraldo Bubniak/AEN |
O estudo mostrou que, apesar
da redução generalizada na comparação com maio deste ano, a inflação das famílias
de renda muito baixa continua maior que a registrada na faixa de renda alta
pelo terceiro mês consecutivo, com taxas de 0,62% para as famílias que recebem
menos de R$ 1.650,50 e de 0,39% para os domicílios com renda maior de R$
16.509,66.
O levantamento foi divulgado
hoje (14) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
O grupo habitação, assim como
no mês anterior, continuou sendo o segmento que mais contribuiu para a pressão
inflacionária em junho, impactado pelo reajuste das tarifas de energia elétrica
e, em menor escala, pelos aumentos do gás de botijão e do gás encanado.
Segundo o Ipea, no caso da
energia, a variação de 1,95%, em junho, reflete o acionamento da bandeira
vermelha patamar 2, além da recomposição tarifária registrada em Curitiba.
As variações do gás de botijão e do gás encanado, por sua vez, continuam influenciadas pela alta dos preços internacionais e já acumulam variações de 16% e 14,2% no ano, respectivamente.
De acordo com o levantamento,
o segundo grupo que mais contribuiu para a alta da inflação das famílias de
renda muito baixa foi o de alimentação e bebidas. Mesmo diante da deflação
apresentada em itens importantes, como cereais (-0,73%), tubérculos (-11,2%) e
frutas (-2,7%), o segmento foi impactado pelas altas das carnes (1,3%), das
aves e ovos (1,6%) e dos leites e derivados (2,2%).
Já as famílias de alta renda
foram impactadas pelo segmento de transportes, sendo que as quedas nas
passagens aéreas (-5,6%) e nos transportes por aplicativo (-0,95%) não conseguiram
anular os efeitos dos aumentos da gasolina (0,7%) e do etanol (2,1%).
Na comparação com junho de
2020, a pesquisa mostrou que a inflação no mesmo mês de 2021 foi mais elevada
para todos os segmentos de renda, sendo que a alta foi mais significativa foi
para as famílias de menor renda.
Segundo o Ipea, apesar da alta
maior dos alimentos no domicílio em 2020, a inflação das famílias de renda mais
baixa havia sido beneficiada pelas quedas dos preços da energia (-0,34%), do
vestuário (-0,46%) e dos artigos de limpeza (-0,19%), ocorridas no ano passado.
Já para as famílias com maior
renda, a menor alta inflacionária em 2020 foi causada, principalmente, pelas
deflações das passagens aéreas (-26%), dos transportes por aplicativo (-14%) e
das despesas com recreação (-0,43%)
“Os dados acumulados em doze
meses mostram que, apesar da aceleração inflacionária generalizada para todas
as faixas de renda, a taxa de inflação das famílias de renda muito baixa (9,2%)
segue em patamar acima da observada na faixa de renda alta (6,5%), ainda
pressionada pelas altas de 15,3% dos alimentos no domicílio, de 16,2% da
energia elétrica e de 24,2% do gás de botijão no período. Já para as famílias
de renda mais alta, boa parte dessa inflação acumulada vem do reajuste de 43,9%
dos combustíveis no período”, informou o Ipea.
Título e Texto: Ana Cristina
Campos; Edição: Maria Claudia – Agência Brasil, 14-7-2021, 11h07
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