José Manuel
Algum tempo atrás, finalizei
um texto de algo que estava atravessado na minha garganta há cinquenta e poucos
anos. É uma viagem real ao universo de três empresas que carregaram nas suas
asas o nome Brasil e o sofrimento infringido a seus funcionários, a seus
tripulantes.
Nada a ver com sentimentos
patrióticos, coisa inerente à cidadania de cada um.
Ao longo do que pesquisava e
escrevia, um sentimento de revolta foi se apoderando de mim, pela estupidez e
infâmia como foi extinguida a PANAIR, e não me sinto à vontade se não tentar
explicar isso às novas gerações, de uma forma leve e bem simples.
Aliás, por falar nisso, o tema
é mais ou menos sobre o Brasil político que não gosta do Brasil Estado nem
tampouco de aviões. É um fato.
O país que tem num dos seus
filhos uma verdadeira lenda, por ter colocado no ar um veículo mais pesado que
o próprio ar, por seus próprios meios, em 23 de outubro de 1906, assim
inventando o avião, detesta tudo que se refira a isso.
Então, o Brasil Estado não é o
pai da aviação? Não! O Brasil político é o padrasto da aviação.
A Panair DO BRASIL ia de vento
em popa nas décadas anteriores à de 60, acreditando estar em céus de Brigadeiro
quando em 1965 os militares acharam que o BRASIL era só deles e resolveram
esquartejar aquela empresa privada, adimplente, e na época uma das melhores do
planeta, tomando a si todo o seu patrimônio numa das situações de expurgo
comercial mais fraudulento de que se tem notícia.
Algo que só tem paralelo em
regimes totalitários antes, durante e depois da segunda grande guerra, algo
parecido com o que ocorre na Ucrânia neste momento.
Aí, o Omar Fontana, vinha crescendo desde que resolveu transportar a própria carne do frigorífico do seu pai, a SADIA e, resolvendo transformar o seu negócio em uma empresa de sucesso, chegou a ser a segunda maior Aérea do país, portanto um grande empreendedor no país coisa, que eles também não gostam.
Então, ao invés de ficar na dele e continuar em voos de calmaria, resolveu acreditar em céus de Brigadeiro, e mudar tudo para Brasília, achando que o Brasil político iria lhe render homenagens, por prestigiar a cidade capital.
E ainda pior, mudou e pintou
também o novo nome em suas asas. TransBRASIL
Pra piorar mais ainda, montou
uma aérea regional com o nome de… InterBRASIL
Só que aquele Brasil político
que não gosta do Brasil Estado na primeira oportunidade ceifou as duas de uma
vez.
Também, duas carregando o nome
Brasil, era demais pra qualquer céu de Brigadeiro, né?
Então chegamos à VARIG, que
por 75 anos carregou seu nome pintadinho e sem sobressaltos, até que o Fernando
Pinto, aliás um excelente presidente, resolveu dar uma repaginada no visual um
pouco retrô da empresa e na melhor das intenções inventou aquela tal de
VarigBRASIL.
Pronto, era só isso que o
Brasil político estava esperando pra descer o sarrafo com ímpeto invejável
alijando a empresa do cenário mundial e jogando funcionários e tripulantes num
lodaçal já experimentado pela PANAIR, uma das primeiras a se atrever a usar o
nome deles.
Durante todo o projeto de
decomposição pútrida, também como não poderia deixar de ser, um Brigadeiro
totalitário, cancelou a terceira fonte de custeio do fundo de pensão que o
próprio país havia obrigado a empresa a fazer, mas que ele simplesmente odiava.
O país não gosta de aéreas,
nem de fundos de pensões, nem de aviões, nem de tripulantes e isso ficou muito
claro nos últimos anos.
Pra disfarçar esse ódio
latente, o país joga com notícias fake colocando uma empresa contra a outra,
para aliviar suas próprias culpas.
Por exemplo, toda a vez que se
comenta sobre o estrangulamento criminoso da PANAIR, logo aparece um papo
furado de que a culpada foi a VARIG, por que o Ruben Berta já tinha um Boeing
707 parado ao lado do DC-8 naquela noite de 10 de fevereiro, há 57 anos atrás.
Balela, pura balela, pra tirar o corpo fora da tragédia que acabava de impor a uma aérea limpa.
A VARIG naquele dia foi
obrigada pelo governo da hora a cobrir as falhas e os compromissos
internacionais que representavam a não decolagem da PANAIR naquele dia, a fim
de minimizar a sua própria vergonha perante os mercados internacionais. Tudo
jogada sórdida!
Essa história de que o Ruben
Berta estava em conluio com o governo militar, é exatamente a mesma do Rolin
Amaro com a quadrilha PT.
Cada um gerencialmente puxava
a brasa para a sua sardinha, não sendo isso exatamente um crime, pelo menos e
com toda a certeza para o gaúcho não era.
O país continua não gostando
das aéreas nem de aviões, mas ao mesmo tempo deixa que seus céus sejam tomados
por bandeiras laranjas e multicoloridas de cordilheiras conhecidas. Por que
será?
Condenado pelo STF duas vezes,
não paga nem devolve o patrimônio devido à PANAIR que de tão limpa, não deve
nada a ninguém e se quiser pode até voltar a voar, o que acredito não o faça,
pois, gato escaldado não comete o mesmo erro duas vezes.
Quanto a VARIG, o ódio é
tamanho que também não paga o que deve ao seu fundo de pensão AERUS deixando
que seus funcionários se extingam pelo tempo.
LE BRÉSIL N'EST PAS UM PAYS
SÉRIEUX
E não fui eu que disse isso,
mas um nativo e embaixador, que sabia das coisas!
Atribuída durante anos ao
presidente francês Charles de Gaulle, a frase foi, na verdade, dita por um
brasileiro: o embaixador Carlos Alves de Souza, que serviu em Paris entre 1956
e 1964.
Por que será?
Título e Texto: José Manuel
– esta viagem no tempo ainda não acabou, mas os Variguianos que não permanecem
sentados na frente da telinha comodamente vão pagar até ao último centavo!
De Fortaleza a Uruguaiana, simplesmente inesquecível
O navio do desenho animado
The Plaza, 5th Ave – Central Park
O prazer em escrever
O alcance dos sonhos
Sonhos e pesadelos
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