sexta-feira, 11 de novembro de 2022

[Aparecido rasga o verbo] Matemática de sinaleira

Aparecido Raimundo de Souza

A minha ansiedade de comer bate frontalmente com a sua quietude de pedir
Tompson de Panasco, pensador de rua

O PROFESSOR MALBABA TANTÃ, catedrático em matemática, em uma entrevista, ontem, à REDE CEBESTAENE, apresentou uma receita interessante que bem serviria para quem gosta de ganhar dinheiro fácil, à custa de não fazer muito esforço. Segundo ele, a sua receita cairia como uma luva de pelica para os futuros moradores de rua, não só os atuais, como notadamente aqueles que ainda não decidiram sair em campo para “afanarem”, na mão grande, ou se darem ao trabalho de formarem uma CPI, ou (Comissão Para a Irmandade), com o intuito de angariarem o sustento diário para se manterem vivos, sem claro, terem que suar suas bundas e camisas num esforço sobre-humano e repetitivo. Seria o cúmulo do cúmulo do absurdo acumulado.

Malbaba Tantã discorreu sobre a matemática dos pedintes, apresentando uma formula mágica que pretende lançar em breve em seu livro “O Homem que Cavalgava” pela Editora Dois e Dois São Cinco. Vejam o exemplo que o ilustre professor trouxe à baila e meditem. “Um pedinte sabe de cor e salteado que os semáforos ficam trinta segundos abertos ao fluxo do trânsito caótico das grandes cidades, e, em igual tempo, se fecham para que os pedestres atravessem. Se uma dessas criaturas quisesse encher os bolsos nesses trinta segundos, se colocaria num cruzamento tipo a Siqueira Campos, com a Avenida Nossa Senhora de Copacabana...”.

Fez uma breve pausa e seguiu adiante: “Evidentemente o pedinte se faria acompanhar de uma placa com os dizeres, em letras garrafais: “MIM AJUDE. SOU MORADO DE RUA. ESTOU DISIMPREGADU E COM FOMI. TENHO MULHER E DOIS FILHO PRA ÇUSTENTA. PENÇI EM SUA FAMILHA E SE ISPELIE NA MINHA QUE PAÇA NEZESSIDADE”. Pois bem. No tempo dos trinta segundos, com uma tabuleta dessas, se cada motorista der para ele dez centavos, em dez minutos ele teria R$ 2.00 (dois reais). Em vinte minutos, R$ 4.00 (quatro reais), em quarenta minutos, R$ 8.00 (oito reis) e, em sessenta minutos, R$ 12.00 (doze reais) ou o equivalente a uma hora””.

Para chamar mais ainda a atenção sobre si, Malbaba Tantã pediu um copo de água e um café. E continuou: “Se o pedinte trabalhasse apenas 8 horas, teríamos a quantia de 12.00 (doze reais), vezes oito horas, ou um acumulado de R$ 96.00 (noventa e seis reis) por dia. R$ 96.00 (Noventa e seis reais), vezes cinco dias, qualquer dessas criaturas teria juntado um montante de R$ 480.00 (quatrocentos e oitenta reais). Por mês, com quatro semanas, alcançaria um polpudo total de R$ 1.920,00 (Mil novecentos e vinte reais). Num mês, com cinco semana, colocaria no bolso R$ 2.400,00 (dois mil e quatrocentos reais), usando apenas os 30 segundos, e lembrando, logicamente, com apenas dez centavos – ou sessenta segundos em um minuto””.

O âncora da Rede CEBESTAENE, que entrevistava o professor Malbaba Tantã deu a ideia de formar um sindicato dos pedintes e moradores de rua. Sugeriu ao insigne professor, a sigla SINPEDIMORADORESDERUA. Malbaba Tantã aprovou a ideia. Na velocidade do 5G viajei no escorregador da maionese. Pensei em nossos políticos “onestos”. Imaginei o então sernador Renavam Cagalheiros na porta do puteiro da CPI da COVID-19 (lembram dela??. Acabou em pizzas!!) pedindo dez centavos a cada um dos manés que passaram pelo vexame de prestarem esclarecimentos aos espertalhões. De roldão, a galera que vomitava merda sobre merda, sentada na plateia, em confortáveis cadeiras de assentos fofos para rabos sujos de cocô, bateria palmas e ovacionaria.

Mesmo norte, os Mi”SI”nistros do STF, os Deuputadados, a galera dos Minismistérios, enfim, toda a corriola de malfeitores que abundaram (e ainda abundam) com suas rabetas os palácios e as mansões ao longo do pitoresco Lago Paranoiá, o valor arrecadado... o valor arrecadado daria para pagar uma puta de primeira e à altura do então sernador da CPI da Covid-19 e sobraria uns tantos tostões nos bolsos dele para uma punhetinha extra. No geral, as tais figuras acima colocariam nas carteiras uma boa “baba” ou “graninha”, que poderia ser usada para pausas “à depois” com cafezinhos na lanchonete à disposição dos nossos ilustres e castos representantes.

A pergunta que ficou bailando no ar, como uma pica solta, perdão, como uma ponta solta: será que os nossos larápios de terninhos de grifes famosas abririam mão de pararem de brincar de caras sérias, mandando prender uns e outros, quando o foco da porra toda deveria ter sido algo além de um Grande Circo Armado? Afinal de contas, estávamos atravessando uma pandemia que naqueles dias longe andava de nos deixar em paz. Em paz, lembrando, de modo definitivo. Entre tapas e beijos, selinhos e beliscões, ficou o brocha. Desculpem, a brecha. Que brecha? Pior, que brocha?! Vamos indagar de outra forma: será que os salafrários abririam mão? Meus caros amados, se os senhores quiserem enviar sugestões, estamos ao inteiro dispor.

Título e Texto: Aparecido Raimundo de Souza, de São Paulo, Capital. 11-11-2022

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