Sérgio Nogueira
1ª) Houve OU houveram
erros?
Se “houveram erros” é porque HOUVE mais erros do que se imaginava.
O verbo HAVER, no sentido de “existir ou acontecer”, é impessoal (sem sujeito),
por isso deve ser usado somente no singular: “Há muitas pessoas na reunião”;
“Havia mais convidados que o esperado”; “Haverá muitos candidatos no próximo
concurso”; “Ainda haveria alguns problemas para serem resolvidos”; “HOUVE
erros”...
2ª) Nos nossos planos não
estão OU não está o atacante?
A regra básica de concordância verbal manda o verbo concordar com o sujeito. No
caso, quem não está nos nossos planos é o atacante. Isso significa que o
sujeito (o atacante) está no singular. A concordância correta, portanto, deve
ser feita no singular: “Nos nossos planos não ESTÁ o atacante”.
Esse tipo de erro acontece com muita freqüência quando o sujeito está invertido
(depois do verbo): “ACONTECERAM (e não “aconteceu”) dois acidentes nesta
esquina”; “SURGIRAM (e não “surgiu”), após muitas discussões, duas propostas
para resolver o problema”; “SEGUEM ANEXAS (e não “segue anexo”) as notas fiscais”;
“ESTÃO FALTANDO (e não “está faltando”) cinco minutos para acabar o jogo”.
3ª) O grande segredo é OU
são as jogadas ensaiadas?
O verbo SER pode concordar com o sujeito ou com o predicativo. Assim sendo, as
duas possibilidades são corretas e aceitáveis. Há, porém, uma visível
preferência pelo plural: “O maior problema do Rio de Janeiro SÃO as chuvas”; “A
prioridade do governo SÃO os pobres”; “A última esperança do Vasco SÃO os dois
atacantes”; “O grande segredo SÃO as jogadas ensaiadas”.
4ª) O ataque de hoje é OU
são...?
É o mesmo caso anterior. Entre o singular e o plural, a concordância
preferencial para o verbo SER é no plural: “O ataque de hoje SÃO Leandro
Amaral, Dodô e Washington”.
5ª) Não é OU sou eu que vou
dizer isso?
A locução enfática “é que”, a princípio, é invariável: “Eu é que disse isso”;
“Nós é que resolvemos o caso”; “Eles é que escolheram a data da reunião”.
Quando o verbo SER é colocado antes do pronome pessoal, é correto e aceitável
que concorde com o pronome: “FUI eu que disse isso”; “FOMOS nós que resolvemos
o caso”; “FORAM eles que escolheram a data da reunião”; “SÃO eles que vão
assinar o contrato”; “Não SOU eu que vou dizer isso”.
6ª) Eles já têm idade para
fazer o que quiser OU quiserem?
A concordância correta é “Eles já têm idade para fazer o que QUISEREM”.
Alguns autores consideram a concordância facultativa quando o sujeito do
infinitivo está oculto e é o mesmo da oração principal: “Eles já têm idade para
FAZER ou FAZEREM o que quiserem”. A maioria dos estudiosos, porém, afirma que,
nesse caso, a concordância deve ser no singular (uso do infinitivo não
flexionado): “Eles já têm idade para FAZER o que quiserem”; “Os advogados foram
chamados para ANALISAR o contrato”; “Os diretores estão aqui para ASSINAR o
contrato”; “Eles foram convocados para RESOLVER os problemas”.
No caso de QUISER ou QUISEREM, o problema é outro. Embora terminem em “r”,
QUISER, FIZER, DISSER, PUSER, FOR, TIVER... não são formas do infinitivo. São
do futuro do subjuntivo. Em razão disso, a concordância com o sujeito (oculto
ou não) é obrigatória: “ELES já têm idade para fazer o que (eles) QUISEREM”.
Título e Texto: Sérgio Nogueira, G1,
21-5-2008
Latino-americano ou latinoamericano?
A todos ou à todos
Coco ou côco
8 pleonasmos que você tem de parar de dizer
Nada a ver ou nada haver
Diferença entre sarcasmo e ironia
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-