quinta-feira, 12 de janeiro de 2023

Ética e Escolas de Gestão

Telmo Azevedo Fernandes

Todos assistimos pelos jornais e televisões ao desenrolar das telenovelas deprimentes envolvendo Alexandra «Quinhentos Mil» Reis e Rita «Porta Giratória» Marques.

O primeiro caso é o de Alexandra, uma senhora que andou a saltitar entre administrações de empresas públicas até aterrar na secretaria de estado do Tesouro com uma indemnização milionária indevida e calçada em sapatos Louboutin, caríssimos.

O segundo caso é o de Rita, uma senhora que veio para a praça pública de forma fanfarrona e gabarolas, na prática dizer que se estava a marimbar para o cumprimento da lei e que estava absolutamente segura de que 30 dias após deixar de ser secretária de estado do Turismo poderia tornar-se administradora de um grupo privado do sector que tutelou directamente.

A semelhança óbvia entre os casos é o amiguismo e a falta de vergonha típica dos socialistas que tratam o país como um feudo para explorar até ao tutano, em benefício próprio.

Mas faço notar outra semelhança curiosa: Rita «Porta Giratória» Marques foi diretora executiva da Porto Business School para área de MBAs e pós-graduações. Trata-se de uma escola de negócios na órbita próxima e directa da Universidade do Porto a maior universidade pública do país. Por sua vez, Alexandra «Quinhentos Mil» Reis é professora na AESE, a mais antiga escola de negócios do país e lecciona cadeiras para gestores de empresas de referência.

Ora, se a Universidade do Porto tem uma Comissão de Ética que visa “promover o cumprimento dos mais altos padrões éticos em todas as atividades da Universidade” e a AESE se apresenta como tendo um corpo docente que visa transmitir aos executivos seus alunos “valores centrados na ética e no humanismo”, o que está a falhar nestas instituições?

Em geral todas as escolas de gestão do país sucumbiram à moda dos chamados “princípios ESG” que, na prática, são mandamentos de uma seita evangelizadora e uma artimanha para dirigentes e empresas manterem privilégios à margem do livre mercado e da sã concorrência. (ver aqui aqui, por exemplo).

Portanto, como é que as universidades e instituições de ensino de executivos compaginam o perfil do seu corpo docente com os lirismos e sinalização de suposta virtude das bandeiras anti-capitalistas ESG que agitam?

Valeria a pena haver um escrutínio mais rigoroso sobre quem se convida para ensinar aos outros princípios éticos que os próprios docentes não praticam.

A minha crónica-vídeo de hoje, aqui:

Título, Texto e Vídeo:  Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 11-1-2023

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