Cuba compra ‘grupos de
fachada’ para manipular relatório sobre direitos humanos da ONU
Francisco Vianna
Cuba é um país paupérrimo, que
vive sob o tacão de uma das últimas ditaduras socialistas sovietiformes do
planeta, com seu povo passando por privações e escassez de toda ordem, mas o
regime imposto por Havana parece arranjar dinheiro para tentar burlar a opinião
pública mundial pintando um quadro internacional amplamente falso e fraudulento
e comprando a inclusão de falsas informações em relatório de avaliação dos
direitos humanos feitos pela ONU.
Um grupo de vigilantes cubanos relatou nesta
semana que a ilha-cárcere dos Castros, Cuba, “cometeu fraude numa escala
imensa”, usando “grupos de fachada” financiados pelo regime para influenciar
uma avaliação da ONU sobre um expediente de Havana a respeito de direitos
humanos, cuja ação consistiu em apresentar comentários favoráveis ao regime
ditatorial da ilha.
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Nesta foto de arquivo,
senhoras do grupo de oposição pacífica, “Damas de Branco”, são agredidas por
agentes do estado cubano e do partido comunista cubano durante uma manifestação
pacífica em Havana.
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Cerca de 454 ONGs enviaram comentários para a ONU
destinados à consideração da organização mundial na reavaliação do regime
cubano em curso. Dessas, 48 ONGs enviaram comentários para o Canadá — o segundo
maior número de comentários — e 32 para a Rússia, de acordo com o informe do
grupo “UN Watch”. Apesar de “ter
havido críticas feitas por ONGs autênticas, estas são sobrepujadas em um número
sem precedentes de comentários feitos ONGs fraudulentas, as quais seriam meras
marionetes de Cuba e seus aliados no exterior”, afirma o informe. “Isto é
fraude cometida numa escala imensa”, acrescenta o informe, tornado público ao
mesmo tempo em que a ‘avaliação de Cuba’ pelo Conselho de Dos Humanos da ONU
(CDHONU) em Genebra, na Suíça, foi publicada. O CDHONU faz uma auditoria a cada
quatro anos em cada país para sua Avaliação Universal Periódica (AUP) sobre a
situação interna dos direitos humanos em cada um deles. “Cuba usou
centenas de grupos de fachada para se apropriar da compilação de comentários
feita por uma ONG da ONU e convertê-la num cartel de propaganda a favor do
regime ditatorial ‘socialista’ dos Castros”, disse o informe de 13 páginas da ‘UN Watch’.
A AUP não está vinculada a
quem quer que seja, “mas, sim, causa certo impacto pelo fato de se constituir
numa espécie de megafone, de um pódio, que influencia o pensamento das pessoas
e forma opinião e é considerada uma fonte de legitimidade”, disse Hillel Neuer,
diretor executivo da UN Watch e advogado
canadense.
A ONG UN Watch (Vigia da ONU) tem sua sede em Genebra e monitora o
trabalho da ONU sobre a avaliação dos direitos humanos em todos os países do
mundo onde sua ação é permitida. Essa ONG é também associada ao Comitê
Judeu-Americano, e este costuma critica a miúde o CDHONU porque muitos de seus
membros tem maus antecedentes com relação ao respeito aos direitos humanos.
Durante uma reunião do CDHONU sobre Cuba, na última quarta-feira, a Síria, o
Irã e a Coreia do Norte ‘elogiaram’ Havana enquanto as nações ocidentais
criticaram seus abusos e a sua falta de democracia. Todos los comentários e as
respostas de Cuba acabam sendo compilados na AUP.
O informe da UN Watch, intitulado “Uma fraude espetacular: a corrupção da
avaliação de Cuba de 2013 pela AUP” não refuta diretamente os elogios
amontoados por ONGs à ilha governada por uma ditadura comunista, mas sim se
limita a listar alguns dos comentários favoráveis com os nomes de quem os
fizeram. Entre essas “ONGs” estavam várias organizações controladas pelo
governo de Havana e pelo Partido Comunista de Cuba, tais como a Federação de
Mulheres Cubanas, a Federação de Estudiantes Universitários e a União de
Pioneiros de Cuba. Também fizeram comentários elogiosos a Cuba “grupos de
solidariedade” tais como a sucursal de DAMBOVITA da Associação de Amizade
Romeno- Cubana, o Clube LEOGANE de Amigos de Cuba no Haiti e o Comitê Nacional
de Solidariedade a Cuba, do Sri Lanka.
A ONG UN Watch também não livrou a cara da ONU, criticando o papel da
UNESCO e a Equipe da ONU em Cuba — essencialmente sua embaixada em Havana — por
seus elogios “grosseiramente enganosos” a Cuba em seus próprios informes para a
AUP. Um informe da UNESCO “assinala que reconhece a sociedade civil cubana como
um elemento chave na vida cultural de Cuba, e que ela exerce um papel ativo em
nível local por meio de seu trabalho com as ‘Casas de Cultura e o Poder
Popular’”.
Título e Texto: Francisco Vianna (da mídia
internacional), 04-05-2013
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