Jonathas Filho
(Passivo: segundo o site sinonimos.com.br:
Que não demonstra iniciativa e ação, inerte, parado,
indiferente, negligente, indolente, apático, desinteressado...)
(Impassível: segundo o mesmo site: Informa dois
sentidos para a palavra tais como: inalterável, imperturbável, calmo,
insensível, intrêmulo, inexcitável entre outros...)
Ontem, domingo, preparei para mim e para
minha dona, um almoço trivial simples e se não fosse o toque especial do meu
tempero, com certeza passaria despercebido, mas mais uma vez acertei a
mão e impressionei.
Na mesa conversávamos amenidades e em
determinado ponto o garfo da minha musa atingiu e fisgou um assunto que
tem sido comentado numa rede social, além das sinceras e consternadas impressões
dos pontos de vista de várias pessoas sobre os sérios problemas que estão sendo
enfrentadas pelo sofrido povo grego, no país que é considerado como o berço da
civilização ocidental.
Nada contra o direito deles se manifestarem,
afinal estão usando do direito de livre expressão, porém, metendo a minha
colher, já que estávamos almoçando, senti que a sopa de amenidades deixou de
ser trivial e por pouco não se tornou “pluvial”, pois quase que eu “entorno o
caldo”, pois me insurgi contra a atitude dessas criaturas, usando da minha
incontrolada verborragia, oriunda de uma torrente de irritação que verteu da
minha consciência e da qual minha língua não se conteve e falou:
“Ora! Será que esses
senhores que creio ser sem hora e também sem noção, não vêm, não ouvem e não
sentem a nossa própria situação, entretanto participam ativamente dando as suas
opiniões indignadas e, mesmo sem serem “arroz à la grega” entram
nessa panela europeia onde se cozinham os sentimentos helênicos não culinários,
para lançarem olhares tristes na dispensa de víveres das pobres
mulheres de Atenas quando deveriam estar revelando os horrores do
“desabastecimento das nossas cozinhas ”
Entendo que eles usaram do verbo sem parcimônia, fluindo dentro de um
arcabouço de argumentos inquestionáveis; só não entendo porque
preferiram se manifestar com relação aos problemas dos gregos, se temos tantos
por aqui, nessa nossa aldeia.
A meu ver, e eu não sou míope, ao invés de dar atenção aos OXI
ou aos NAI eles deveriam dar atenção às sofridas interjeições
do “Ô tché”do sofrido gaúcho do sul ou do "Oxe"
(diminutivo de óxente"), que tem seu significado proveniente de
"ó gente", nascido da influência do galego e do norte de Portugal no linguajar do maltratado povo do nosso
nordeste.
O mesmo cuidado deveria ser
direcionado ao “Ó meu!” paulista, para o“Ó Deus!”
de todas as regiões ou do simples mas desconfortável Óh!
que expressa todas as nossas agruras, principalmente quando nossos olhos
se deparam com os preços, nos custando os olhos da cara; olhos estes já sem a
saúde tão necessária para as melhorias na sua acuidade, para melhor enxergarem
e ver mais adiante que cada dia que passa é um dia a menos.
Precisamos de dias amenos...
ao menos, os que nos sobram... ou será que eu estou falando grego?
Por que esses que tão bem se expressam se mantém de modo passivo e
impassível, vendo o Cavalo de Tróia passar e não estão nem aí (quer
dizer aqui), com relação ao que aqui se passa, se eles
também sofrem das mesmas injunções e das dores que nos afligem?
Mas, como devemos fazer, temos nos ater aos nossos problemas...
e que são muitos.
Como todos nós, eles sabem que estamos dentro de um enorme atoleiro, quase
nos afogando na consequência dessa lama política, econômica e social que
habilmente chamam de crise mas, na verdade o nome certo também começa com “C”e
termina com “E” e tem o mesmo número de letras mas, com significado muito
mais prejudicial e ruinoso.
Todo esse “mingau” nojento não foi por nós preparado e sim
por aqueles cuja incompetência anda sempre de mãos dadas com os mal feitos, num
“plural” eufemístico dado à corrupção acompanhada de descaso, injustiça e
desrespeito.
Como escrevi no ano passado, numa crônica que chamei de “Intestinos
da Crise”, não somos mentores nem partícipes. Somos
vítimas!
Somos sim, vítimas de um sistema que desastradamente vem se comportando
de modo ignóbil há mais de uma década e desse sistema não sairemos se
continuarmos pensando que a divindade maior intercederá por nós, nos
desobrigando dessa provação e sofrimento.
Também escrevi que Deus deve ser norueguês ou sueco e creio que não
preciso explicar o porquê.
E como escrevi naquela data, no texto daquela crônica, repiso na mesma
tecla:
- Não entramos nesse desastre causado ao Aerus
por má sorte; entretanto não sairemos dele dependendo tão somente de
boa sorte.
Não, decididamente não.
Conquistas se fazem com
empenho, luta, cooperação e colaboração em prol de um ideal comum
e a condição sine qua non é a de nos unir e
atender aos convites de participação com essa mesma intenção.
Junte-se a nós e pois juntos
teremos voz!
E que o Universo conspire a
nosso favor e que a CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS ao
reconhecer nossos Direitos, interceda por nós, amém!
Quem viver, verá!
Título e Texto: Jonathas Filho, 6-7-2015
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