Renan Calheiros pode responder "sim" ou "não", objetivamente, e nem precisa explicar
Silvio Navarro
Há décadas, Renan Calheiros é o retrato de um velho Brasil mal-educado, malcheiroso e que rema à mercê da bandidagem no empoeirado tapete azul da República. Tudo aquilo tem odor de naftalina de fundo do armário, mas é notório seu esforço para tentar se reinventar. Em 2013, quando arquitetava a volta ao posto de presidente do Senado com o aval do lulopetismo, descobriu virtudes na gestão de Dilma Rousseff que até hoje ninguém conhece e fez até um implante de cabelo parcialmente pago com dinheiro de quem está lendo esta reportagem — usou um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) ao custo de R$ 27 mil para fazer o procedimento capilar em Pernambuco.
A partir dali, Renan tornou-se o novo amigo da imprensa. No jargão jornalístico, virou “boa fonte” dos repórteres que o descobriram quase uma década depois de estar entre as cordas. Não é exagero afirmar que as redações não conheceram o cangaceiro com mandato que intimidava adversários no Congresso com dossiês sujos numa época em que as tais “fake news” eram peças do xadrez político — foram vítimas Pedro Simon (RS), Jefferson Peres (AM), Marconi Perillo (GO) e Demóstenes Torres (GO).
Tenho cinco perguntas ao
xerife de balas de festim — ele pode responder com um “sim” ou “não”, não
precisa explicar.
1 — A empreiteira Mendes
Junior pagava mensalmente a pensão da sua filha com a jornalista Monica Veloso?
2 — Depois de abrir seu
Imposto de Renda, quando estava encurralado por cinco processos de cassação de
mandato em 2007, o senhor criou um rebanho de gado fantasma?
3 — O senhor foi sócio oculto
de rádios em Alagoas?
4 —O senhor atuou para ajudar
uma cervejaria?
5 — Todos os inquéritos (são
tantos que não se pode mais contar ao certo o que já caducou) da Lava Jato
estavam errados?
Faltou uma:
O senhor acha que o brasileiro
é palhaço?
Título e Texto: Silvio
Navarro, revista Oeste, 13-6-2021, 14h35
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