Para Gustavo Montezano, política
impulsionada durante governos de Lula e Dilma foi 'atentado' contra economia
brasileira
Fábio Matos
Em entrevista ao programa Opinião no Ar, da RedeTV!, nesta segunda-feira, 13, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Gustavo Montezano, admitiu que a instituição ainda sofre com os impactos dos empréstimos para empresas e outros países feitos nas últimas décadas, em especial durante os governos petistas de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.
Montezano afirmou que essas
operações já foram investigadas e “nada de ilegal” foi encontrado no BNDES.
Segundo ele, o banco apenas executou políticas públicas definidas por governos
anteriores e aprovadas no Congresso Nacional.
“É algo complexo, é difícil de
entender. Se somar os empréstimos apenas para JBS e Odebrecht, a gente fala em
R$ 90 bilhões. Há um calote de US$ 1,5 bilhão de Venezuela, Cuba e Moçambique”,
apontou Montezano. “No final, a Justiça investigou isso de trás para frente e
nada de ilegal foi encontrado no BNDES até hoje. O banco, em termos
operacionais e de execução da política pública, foi coerente.”
Para o presidente do BNDES, não é possível falar em “caixa-preta” do banco, que, sob sua gestão, tem se empenhado em tornar os dados transparentes. “Se a gente fizer uma estimativa de quanto custou essa política pública de 2009 a 2018, passou de R$ 200 bilhões. Inflou o balanço do Brasil, o país literalmente quebrou e foi feito um péssimo uso de parte desses recursos por grupos econômicos. Há delações premiadas para contar o que aconteceu”, disse Montezano. “Não é o BNDES que paga essa conta. Somos todos nós que estamos dividindo essa fatura.”
“O banco sai como vilão, mas
ele estava executando uma política pública. Como brasileiros, temos de nos
questionar como deixamos aquilo acontecer.”
Montezano classificou a
política de empréstimos via BNDES durante os 13 anos de governos do PT como “um
atentado contra a nossa economia”. “Estamos pagando essa conta até hoje”,
afirmou.
O presidente do BNDES disse
ainda que, desde 2019, o banco vem analisando detalhadamente todas as operações
feitas em gestões anteriores. “São casos complexos, operações sofisticadas que
envolvem um arcabouço de legislação muito mais amplo do que simplesmente o
BNDES”, apontou. “A boa notícia é que conseguimos fazer essa explicação ao
longo desses dois anos. Hoje, a situação é mais bem compreendida pela classe
política e pelo cidadão comum.”
Título e Texto: Fábio Matos,
revista
OESTE, 13-9-2021, 13h
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“Calote de Cuba e Venezuela no BNDES chega a R$ 3,5 bilhões”
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