quarta-feira, 17 de novembro de 2021

Nacional-socialismo

Telmo Azevedo Fernandes

Nos últimos 100 anos, não é a primeira vez que a Áustria remove fisicamente da sociedade milhares e milhares de cidadãos, mas desde a passada segunda-feira o governo austríaco colocou em prisão domiciliária cerca de dois milhões de pessoas. Todos os maiores de 12 anos que não tenham completado o esquema vacinal contra a covid19 são forçados a confinamento obrigatório.

As simpatias dos austríacos com o antigo partido nacional-socialista fazem parte da história da Europa e não deve nem é justo que por essa circunstância seja lançado um estigma sobre um povo. Tenho esperança aliás de que na Áustria resolverão internamente esta medida desumana de fechar em casa pessoas saudáveis e assistiremos à indignação coletiva e desobediência generalizada a esta ignomínia por parte dos austríacos.

O que me preocupa mais é a forma normal e condescendente com que a comunicação social, grande parte dos comentadores e, verdade seja dita, muitos cidadãos comuns de outros países Europeus e, em particular em Portugal, veem virtude em políticas medievais repugnantes e infames como a austríaca e que até na televisão venham defender publicamente a sua aplicação imediata também ao nosso país.

Talvez seja um artifício retórico capcioso para preparar as mentes dos portugueses (tolhidos pelo medo e desorientados com tanta estupidez não-científica) aceitarem outras medidas menos gravosas do que a prisão domiciliária, mas igualmente repugnantes e totalmente ineficazes.

Como já se sabe hoje, as vacinas não impedem a transmissão do vírus da covid19 e as pessoas totalmente vacinadas também podem transmitir a doença a outras pessoas. Nas cabecinhas desta gente autoproclamada virtuosa e limpa não estão, portanto, preocupações racionais de saúde pública. Há sobretudo uma incapacidade de compreensão das razões de quem opta por não ser vacinado.

Como estes novos fascistas sanitários têm grande dificuldade em reconhecer as suas limitações e lhes aflige não compreenderem o fenómeno, têm medo dos não-vacinados e acreditam na fábula de que o melhor é excluir e segregar pessoas saudáveis da vida em sociedade.

Não fico feliz por dizê-lo, mas numa significativa parte das pessoas que apoiam estas esdrúxulas medidas, é impossível não sentir uma motivação punitiva e de vingança. Sem qualquer razão que não seja apenas a sua mesquinhez e patológica vertigem sádica.

A condição humana nem sempre é bonita e a preservação da liberdade individual por vezes exige dizer coisas pouco simpáticas para que possamos assistir a uma regeneração e voltemos gradualmente a uma sã convivência.

O meu vídeo de hoje, aqui:

Título e Texto: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 17-11-2021

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