Telmo Azevedo Fernandes
Nos últimos 100 anos, não é a
primeira vez que a Áustria remove fisicamente da sociedade milhares e milhares
de cidadãos, mas desde a passada segunda-feira o governo austríaco colocou em
prisão domiciliária cerca de dois milhões de pessoas. Todos os maiores de 12
anos que não tenham completado o esquema vacinal contra a covid19 são forçados
a confinamento obrigatório.
As simpatias dos austríacos
com o antigo partido nacional-socialista fazem parte da história da Europa e
não deve nem é justo que por essa circunstância seja lançado um estigma sobre
um povo. Tenho esperança aliás de que na Áustria resolverão internamente esta
medida desumana de fechar em casa pessoas saudáveis e assistiremos à indignação
coletiva e desobediência generalizada a esta ignomínia por parte dos
austríacos.
O que me preocupa mais é a
forma normal e condescendente com que a comunicação social, grande parte dos
comentadores e, verdade seja dita, muitos cidadãos comuns de outros países
Europeus e, em particular em Portugal, veem virtude em políticas medievais
repugnantes e infames como a austríaca e que até na televisão venham defender
publicamente a sua aplicação imediata também ao nosso país.
Talvez seja um artifício
retórico capcioso para preparar as mentes dos portugueses (tolhidos pelo medo e
desorientados com tanta estupidez não-científica) aceitarem outras medidas
menos gravosas do que a prisão domiciliária, mas igualmente repugnantes e
totalmente ineficazes.
Como já se sabe hoje, as vacinas não impedem a transmissão do vírus da covid19 e as pessoas totalmente vacinadas também podem transmitir a doença a outras pessoas. Nas cabecinhas desta gente autoproclamada virtuosa e limpa não estão, portanto, preocupações racionais de saúde pública. Há sobretudo uma incapacidade de compreensão das razões de quem opta por não ser vacinado.
Como estes novos fascistas sanitários
têm grande dificuldade em reconhecer as suas limitações e lhes aflige não
compreenderem o fenómeno, têm medo dos não-vacinados e acreditam na fábula de
que o melhor é excluir e segregar pessoas saudáveis da vida em sociedade.
Não fico feliz por dizê-lo,
mas numa significativa parte das pessoas que apoiam estas esdrúxulas medidas, é
impossível não sentir uma motivação punitiva e de vingança. Sem qualquer razão
que não seja apenas a sua mesquinhez e patológica vertigem sádica.
A condição humana nem sempre é
bonita e a preservação da liberdade individual por vezes exige dizer coisas
pouco simpáticas para que possamos assistir a uma regeneração e voltemos
gradualmente a uma sã convivência.
O meu vídeo de hoje, aqui:
Título e Texto: Telmo
Azevedo Fernandes, Blasfémias,
17-11-2021
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Não publicamos comentários de anônimos/desconhecidos.
Por favor, se optar por "Anônimo", escreva o seu nome no final do comentário.
Não use CAIXA ALTA, (Não grite!), isto é, não escreva tudo em maiúsculas, escreva normalmente. Obrigado pela sua participação!
Volte sempre!
Abraços./-