quarta-feira, 16 de março de 2022

Bandalheira socialista: dois exemplos

Telmo Azevedo Fernandes

A Ryanair anunciou o cancelamento de 19 rotas durante o verão no aeroporto de Lisboa entre as quais ligações a Madrid, Birmingham, Palermo ou Cracóvia


Tudo isto porque o Governo em vez de libertar alguns dos chamados slots naquele aeroporto que a TAP não usa, prefere fazer birra mantendo esses slots “inutilizados” sem serventia para ninguém. A brincadeira vai implicar a perda de 150 postos de trabalho de aviação bem pagos, cerca de 900.000 passageiros deixam de transitar por estas bandas e abdicamos de 250 milhões de euros em receitas turísticas para Lisboa.

O governo e o radical esquerdista ministro da tutela não disseram nada sobre o tema mas mandaram o amestrado presidente do instituto público Turismo de Portugal dizer que não estava nada preocupado com a decisão da companhia aérea irlandesa porque no entender de Luís Araújo, “a maior parte dos mercados cancelados servem mais para levar mais portugueses para lá para fora do que para trazer estrangeiros para cá”.

Curioso é que quando a TAP abriu o ano passado as rotas para Agadir, Ibiza, Cancun ou Punta Cana, não se tenha levantado a questão de estarmos a beneficiar Marrocos, Espanha, o México ou a República Dominicana em vez de Portugal

Não sei se a razão de Luís Araújo dizer disparates deste calibre se fica a dever à sua condição de ex-aluno de Marcelo Rebelo de Sousa,  ou de não se poder esperar algo diferente de alguém agradecido a Pedro Nuno Santos por lhe manter emprego. A verdade é que representando a TAP apenas cerca de 25% do turismo receptor no aeroporto de Lisboa, a vantagem de permitir à Ryanair operar voos para passageiros de alguns dos principais mercados emissores de turistas para o nosso país é evidente.

A histeria pateta com a covid e a guerra na Ucrânia têm enchido os noticiários e absorvido a atenção dos portugueses quase por completo. Porém, nalguns pequenos intervalos o governo precisa de colocar peões a divulgar as narrativas convenientes a António Costa para esconder a desgraça e total incompetência da sua governação.

O caso do cancelamento dos voos da Ryanair é apenas um exemplo, mas ilustro a bandalheira socialista também com a notícia de que os pagamentos em atraso do Estado a fornecedores disparam para 408,8 milhões de euros em janeiro, mais 107 milhões do que no mês anterior. As faturas do Estado que estão há mais de 90 dias por liquidar aumentaram 35%. Isto apesar de no mesmo período se ter verificado um crescimento muito mais acelerado no valor dos impostos cobrados do que da despesa pública.


O Estado não é pessoa de bem. É caloteiro, invejoso e incompetente. Os governantes e os dirigentes da administração pública que alinham nesta pouca-vergonha atiram mais areia para os olhos dos Portugueses do que a tempestade Célia traz do deserto do Saara para os céus das nossas cidades por estes dias.

O meu vídeo de hoje, aqui:

Título, Texto e Vídeo: Telmo Azevedo Fernandes, Blasfémias, 16-3-2022

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