quarta-feira, 15 de março de 2023

Marido de Kamala Harris fala contra a "Masculinidade Tóxica"

Paulo Hasse Paixão

É verdade que quaisquer palavras proferidas por um homem que teve a ideia de casar com atual vice-presidente americana não devem ser tidas em grande consideração. Ninguém chega a marido de Kamala Harris por ser intelectualmente capaz. Mas ainda assim, trata-se de uma figura significante no atual panorama político dos EUA, já que Biden tem a idade que tem e a qualquer momento Kamala pode subir, através de eleições ou sem elas, a chefe de estado, e o palerma com que deu o nó pode ascender a “primeira-dama”. Perdão: a “primeiro cavalheiro”.

Acontece que numa rara e recente entrevista à MSNBC (valha-nos esse recato), Doug Emhoff [foto] pronunciou-se contra a “masculinidade tóxica” e a expectativa de que os homens têm de ser “duros”.

Jonathan Capehart, o mentecapto apparatchik da cheguevarista estação de notícias americana deu o mote:

“Podemos falar de masculinidade por um momento? Ser primeiro cavalheiro mudou a sua visão dos papéis de género percebidos e do que significa ser um homem?”

Responde, pressuroso, Emhoff:

“Isto é algo em que tenho pensado muito, de que tenho falado muito. Há demasiada toxicidade masculina por aí, e confundimos um pouco o que significa ser homem. Tens toda esta tropa que acha que ser masculino é ser duro, e zangado, e que atacar os outros é ser forte”.

Confuso está ele, porque enquanto caracteriza a “toxicidade masculina”, seja lá o que isso for, como um produto de homens “duros”, parece pensar que os homens não podem ser “duros” sem estarem “zangados” e atacar os outros.

De facto, as referências feitas pelos media corporativos e pelos políticos de esquerda e pelas elites globalistas à “masculinidade tóxica” sugerem que ser másculo é por si só uma característica negativa que tem que ser obliterada e sujeita a manobras de engenharia social  aplicada aos jovens do sexo masculino.

Isto resulta no preocupante facto de os jovens se envergonharem do seu próprio sexo, colocando-os imediatamente numa plataforma psíquica de auto-culpabilização que diminui a sua confiança e a capacidade de preencherem os papeis sociais que naturalmente lhes competem. Um homem inseguro da sua masculinidade não será, regra geral, um bom soldado, um bombeiro resiliente, um líder forte ou um competente chefe de família.

Nem de propósito, já antes Doug Emhoff tinha sido inquirido sobre o assunto (deve ser um tema favorito dele), tendo dito isto:

“Masculinidade é amar a sua família, cuidar da sua família e estar presente para a sua família e apoiá-la de todas as formas”.

Paradoxalmente, alguém que tenha sido doutrinado pela sociedade e pela histeria Me Too em “masculinidade tóxica” acaba por ser excessivamente emotivo, emocionalmente frágil e geralmente fraco de espírito e só terá mais dificuldades em amar e cuidar da sua família, porque será infinitamente mais egocêntrico e carecerá de força de carácter, apresentando inibições e inseguranças várias e uma dificuldade óbvia de viver bem na sua própria pele.

No caso do Emhoff, podemos suspeitar que este género de declarações, para além de servirem a ideologia dos poderes instituídos e do aparelho democrata, derivam do desconforto de, como homem, estar reduzido a segundo cavalheiro, um papel secundário no contexto do seu casamento. Mas isso só demonstra a fragilidade do seu carácter. Um homem que problematiza desta forma o sucesso da sua mulher é que é machista no pior dos sentidos da palavra: na verdade do seu íntimo só consegue racionalizar e aceitar o facto projetando-o num mal coletivo, que transcende a condição que interpreta como inferior.

É por estas e por outras que as mulheres acabam por sentir a falta da presença masculina clássica quando em situações de perigo individual ou de convulsão social. É por isso que vivemos em sociedades que geram homens feministas e efeminados, confusos sobre a sua sexualidade e o seu género, que abdicaram da coragem, do voluntarismo, da paternidade e da volição sacrificial.

Denegrir constantemente o comportamento masculino normal como algo de perigoso e tóxico faz parte do programa de lavagem cerebral a que os jovens ocidentais estão a ser sujeitos, mas longe de ser um exemplo de ‘masculinidade tóxica’, ser “duro” é uma necessidade absoluta para os homens ultrapassarem as dificuldades e os conflitos e os dramas que são próprios da existência e constitui uma salvaguarda óbvia das sociedades saudáveis e das civilizações que vingaram historicamente.

Podemos, sem receios de inteligência, ir mais longe e argumentar que é também de vital importância que os homens fiquem “zangados”, sempre que identificam as ameaças dirigidas à sua família, à sua comunidade, ao seu credo, à sua nação e ao conjunto de valores com que se identificam.

Como pode um homem que nunca se zanga defender não só aqueles que ama, mas os princípios civilizacionais ou constitucionais da sociedade que se insere? Se não se está preparado para ser “duro” e por vezes ficar “zangado”, como poderá ser capaz de proteger o seu mundo? Será incapaz disso, claro. E esse é o objetivo.

Título e Texto: Paulo Hasse Paixão, ContraCultura, 15-3-2023 

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