J.R. Guzzo
Jair Bolsonaro voltou a fazer parte ativa da política nacional – desembarcou na manhã de quinta-feira (30) em Brasília, sem barulho e sem festa, mas vivo, inteiro e, ao que parece, disposto a ir à luta. Tem pela frente uma barreira formidável: o consórcio dos supremos tribunais de Brasília, que dá a entender que vai passar os próximos quatro anos fazendo exatamente a mesma coisa que fez nos quatro últimos.
Nestes últimos quatro anos, a
ideia fixa do STF foi destruir o governo Bolsonaro – começou proibindo que ele
nomeasse o seu próprio diretor da Polícia Federal, e a partir daí não parou
nunca mais. Nos próximos quatro, a ideia continua fixa, só que com propósitos
ainda mais radicais: cassar os seus direitos políticos, impedir com isso que
ele se candidate a qualquer coisa pelo resto da vida e, se for possível, até
para estabelecer alguma simetria com Lula, mandar o homem para a cadeia.
Tudo indica que, para morrer
mesmo na política, Bolsonaro, como aliás tem sido o caso de Lula, ainda terá de
morrer outras vezes.
Lula, a esquerda em peso e os
advogados garantistas, mais o Jornal Nacional e boa parte da mídia, vão dar
1.000% de apoio ao projeto – já em execução cinco minutos depois de anunciado
pelo TSE o resultado da eleição. Bolsonaro, para todos eles, continua sendo o
principal problema da nação.
O ex-presidente, do seu lado, começou a se mexer de novo; chegou a dar a impressão de que estava morto, mas não está. Não houve recepção em massa – e nem seria permitido pelas autoridades de Brasília, que desde a suspensão e o pito passado no governador já querem chamar a polícia, bloquear ruas e pedir estado de sítio a cada vez que veem três pessoas juntas. Mas houve a reestreia formal de Bolsonaro na política brasileira em seu primeiro gesto oficial: uma recepção na sede do Partido Liberal, do qual é o presidente de honra. Falou de trabalho no Congresso. Falou do PL. Falou de sua prioridade, as eleições municipais do ano que vem, nas quais conta estar ao lado dos vencedores nos dez ou vinte maiores colégios eleitorais.
Teve, naturalmente, de
responder à acusação de hoje da mídia – as joias da Arábia, que vieram se
juntar às denúncias ininterruptas de cada um dos seus anos no governo. Nenhuma
deu em rigorosamente nada, do ponto de vista legal. Mas vão continuar sendo
feitas até o fim de sua vida natural, e isso não o impediu de ter 58 milhões de
votos na última eleição – nem de continuar sendo a assombração número 1 do
Supremo e do seu entorno.
Bolsonaro, no momento, tem um
cabo eleitoral dos sonhos de qualquer político de oposição, e um plano B. O
cabo eleitoral é o governo Lula: está pior hoje do que estava apenas 90 dias
atrás e tem tudo para ficar pior nos próximos 90. Não há limites, daí para
frente. A esquerda, é claro, acha que esse tipo de observação é apenas “opinião
errada”, ou “desinformação”, ou “bolsonarismo” – infelizmente, para quem está
começando a sentir na própria pele os efeitos das decisões do governo, trata-se
de fatos.
Não há como falsificar todos
os fatos; uma parte sim, mas não todos, e isso é uma benção diária para quem
está na oposição. Não ficam nunca sem material de trabalho; quando ficam, o
governo fornece. O plano B do ex-presidente como novo líder não oficial da
direita brasileira – e no caso de sua carreira política ir a pique nos
tribunais – é jogar todo o seu capital no apoio a um nome forte e viável do seu
mundo. Não será pouca coisa. Tudo indica que, para morrer mesmo na política,
Bolsonaro, como aliás tem sido o caso de Lula, ainda terá de morrer outras
vezes.
Título e Texto: J.R. Guzzo, Gazeta do Povo, 30-3-2023, 16h3730/03/2023 16:37
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