domingo, 16 de abril de 2023

[As danações de Carina] Embora fedorenta, a palavra mais rica do mundo

Carina Bratt 

MINHAS AMIGAS e leitoras da ‘Grande Família Cão que Fuma’. Vocês sabem qual é a mais rica e opulenta palavra da língua portuguesa? Nem ao menos imaginam? Darei uma dica básica. É uma palavra de conotação meio que suja. Exprime uma coisa de cheiro ruim, de certa forma nojenta e asquerosa. Atinaram com ela? Pois bem! Sem mais delongas, vou trazer à baila. A palavra mais rica da língua portuguesa embora acre, é a ‘MERDA’.


Ela é de origem francesa, ou seja, vem do País da Torre Eiffel. Por lá, a ‘merda’ se escreve ou se grafa por ‘MERDE’. Isso não quer dizer que não existam outras palavras de igual calibre, contudo, a bosta, ou as fezes, em dias atuais vem sendo considerada segundo o professor Marcos Bagno em seu livro ‘Preconceito linguístico’ como a palavra que mais se utiliza para uma série infindável de conceitos, como abaixo poderemos ver, ler e, claro, aprender.

Mesmo pensamento seguem os professores Désirée Motta e Graciela Rabuske Hendges, no brilhante trabalho, ‘Da linguagem universitária’, aliás, uma pesquisa profunda e de fôlego, abrilhantada, como se pode perceber, num título simples, contudo de profunda reflexão servindo obviamente não só para alunos e universitários, como e, sobretudo, para os curiosos que desejam levar à sério, a nossa tão surrada e querida língua pátria.

PALAVRA CHAVE: ‘MERDA

1 – Como desabado por alguma coisa que saiu errada:
— Sabia, de antemão, que daria merda!
2 – Como substantivo qualificativo:
— Você é um merda!
3 – Como auxiliar quantitativo:
— Trabalho pra caramba e não ganho merda nenhuma!

4 – Como indicador de especialização profissional:
— Esse advogado só faz merda!
5 – Como em explicação para uma profunda tristeza:
— Ele morreu ontem? Puta merda!
6 – Como orientação geográfica:
— Onde fica essa merda?

7 – Como sinônimo de covarde:
— Seu merda!
8 – Como questionamento dirigido a alguém que se portou fora dos parâmetros:
— O Filho de uma égua fez merda!
9 – Como apontamento visual:
— Essa criatura não enxerga merda nenhuma!

10 – Como regra para ressentimento natalino:
— Não ganhei merda nenhuma de presente de natal!
11– Como indicador de performance esportiva:
— O Flamengo e os Vasco não estão jogando merda nenhuma!
12 – Como classificação literária:
— Que textinho de merda o senhor escreveu, meu caro escritor!

13 – Como situação de orgulho e nariz empinado:
— Ele se acha o tal, mas no fundo, não é merda nenhuma!
14 – Como guia de continuidade:
— Estou na mesma merda de sempre!
15 – Como sofrimento de espanto dentro de um avião em queda livre:
— Meu Deus, estamos indo literalmente pra merdaaaaaaaa!...

Título e texto: Carina Bratt, de Sertãozinho, interior de São Paulo. 16-4-2023

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