O porquê da Corte Interamericana da OEA

Waldo Deveza

Olá!
Podia eu deixar de escrever este e-mail, tendo já escrito vários outros no decorrer dos muitos meses passados e, ainda mais agora, em que objetivamente a lista chega aos  quase  quinhentos  colegas.

Acontece que pensando bem, aqui sentado olhando para o meu aquário, resolvi mais uma vez tentar sensibilizar os indecisos apenas perguntando: o que vocês têm de plenamente seguro até agora para esperarem por uma decisão final, ou até paliativa? A vida melhorou com  o tempo?

Diriam, nós temos o compromisso de um desembargador e a sua turma em determinar a liberação imediata dos trinta e cinco milhões de reais, depositados em juízo há cerca de três meses e que, por algo acrescentado talvez indevidamente, dormita na gaveta do mesmo, esperando o seu retorno junto aos seus pares. Temos também tramitando na Câmara mais uma PL referente a cerca de trezentos e sessenta milhões de reais, dinheiro esse que só será liberado, passando por todo o  Congresso Nacional, às mãos da senhora Dilma e após publicação no Diário Oficial da União. Quanto  tempo levará  para  a conclusão de todo o trâmite até chegar ao gabinete do Desembargador? Penso que nem o nosso Divino Mestre Jesus o sabe, mesmo atento que está!

Poderiam dizer os indecisos que valeria a pena esperar um pouco mais, porque uma vez liberado, estaria findo o nosso tormento; tudo estaria resolvido e poderíamos tocar o que resta das nossas vidas. Porém, isso é irreal, porque o dinheiro tramitando no Congresso Nacional, só dará para atender este ano e daí pensar com segurança que daqui alguns meses os nossos negociadores, incluindo o escritório do Dr. Maia, estará novamente correndo atrás de uma nova PL, para atender o ano de 2016 e assim será indefinidamente, isso porque pensar na bondade do governo, seja ele qual for, será o mesmo do que acreditar no papai-noel, no sací e até no homem-aranha.

Por outro lado, nada daquilo que nos propomos a fazer é algo ilícito, tenebroso; muito pelo contrário, e trata de algo plenamente justo, inclusive por vezes prometido pelo Dr. Maia, em suas andanças por SAO. Era algo previsto por ele e, assim sendo, acredito que tal medida já deveria ter sido colocada em curso a partir do momento em que se tornou impossível o entendimento com o governo e, a meu ver, através do meu acompanhamento quase que diário, já deveria ter sido remetido à Corte há, pelo menos, uns três, quatro anos e, quem sabe?, hoje a história e não estória seria diferente. 

Gente, quando você tem uma simples dor de cabeça, você toma um analgésico e a dor passa.
Se ela retornar e se tornar diária, um médico deve ser consultado e o problema deverá ser investigado, porque pode se tratar de uma migrane, ou então de um tumor cerebral, e aí não basta ficar tomando os analgésicos, isso porque você irá morrer provavelmente se não ceder ao tratamento certo. Isso eu sei na pele, quando tive um câncer na cabeça e não foi fácil para mim cair na real, mas quando isso ocorreu e de forma abrupta, dentro do Pronto Socorro do Hospital São Paulo, corri atrás do prejuízo para resolver e aqui estou ainda vivo, para o incômodo de alguns  que  não  gostam da minha posição diante desse genocídio desenfreado e perverso.

O nosso caso é semelhante e não pode continuar a ser tratado através do mendigar político, das inúmeras reuniões, dos discursos e naqueles gabinetes que guardam em suas entranhas, energias muitas das vezes pesadas, pelo passado já vivido. O nosso caso  precisa  de  uma  intervenção delicada, porém segura, porque temos que ter uma arma na mão, coisa que  nada  temos  até  o momento.

Imaginem se David não tivesse a sua funda e uma boa pontaria para derrubar o gigante Golias! Podem acreditar que a história dos judeus seria bem diferente e nunca o mundo teria conhecido a figura máxima do Rei Salomão que um dia colocou em prova o seu poder de Rei, como também o seu grande saber, no caso da criança disputada por duas mães. 

Um amigo, que já não está neste plano, advogado dos bons que foi, uma vez  me  disse:  "Waldo, não existe a certeza absoluta de um processo ganho,  isso  porque se  depende  da visão de  um magistrado, mas mesmo assim, quando se faz necessário, o mesmo deve ser feito; é uma questão de procurar ver a justiça ser feita". E é este o nosso caso.

Para complementar este meu e-mail, informo que já durante a  semana,  com  calma  montarei um documento em anexo, relatando à Aprus, o drama que passei e tenho passado. Penso   que ele será importante na juntada de documentos, isso porque devemos exigir  que  venhamos  a receber tudo aquilo que nos foi comprovadamente tirado à nossa revelia, nestes quase dez anos de puro genocídio.

E não tem churumelas, como dizia um antigo humorista da Globo. E espero que os demais colegas participantes façam o mesmo, pois o tempo passa rapidamente  e, para mim, esse bando que nos infelicitou, que provocou muitas mortes e  agravamento  de  doenças até psíquicas, deveriam ser todos denunciados à Corte em Genebra, por crimes contra  a humanidade e sei que não precisam ser crimes de guerra tão somente.

Penso que já tendo sido claro outras vezes e agora caberá a cada um de vocês,  indecisos  que estão e são, decidirem, isso porque, como já escrevi recentemente, são apenas  três  caminhos  a seguir:

1) o de acreditarem que o governo se curvará diante de nós, os velhinhos chatos do AERUS;
2) o de procurarmos um novo caminho, o qual poderá, quem sabe, trazer a tranquilidade definitiva diante de uma determinação da Corte Interamericana da OEA;

3) ficar em cima do muro esperando pelos resultados, sejam quais forem.

Eu já escolhi o meu e que a Luz esteja conosco!

Até mais e uma boa semana.

Título e Texto: Waldo Deveza, 12-7-2015

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