Maria Lucia Victor Barbosa
Então, às vésperas deste Natal
de 2018, em vez de escrever a Papai Noel, como fazia quando era criança,
resolvi redigir algo para Jesus. Nesta carta apresento-lhe minhas perplexidades
existenciais:
Senhor, imersa no castigo do
calor deste Natal aceito que sou um mistério. Nunca consigo me decifrar
inteiramente. Os imprecisos limites de minha liberdade e a escravidão de minhas
circunstâncias, jamais irradiam claridade suficiente para serem enxergados com
precisão e contornados com pleno êxito. Sinta, pois, Jesus, como sou humana.
Em matéria de sentimentos
tenho certezas fulgurantes, mas esbarro em sentimentos alheios e presencio
mistérios mais densos que os meus. Na impossibilidade de transpor o abismo dos
outros corro sempre o risco de me tornar uma colecionadora de perdas, de me perder
nas veredas do inatingível, nas teias da ilusão. Sempre esbarro na liberdade
dos que me cercam e que parece mais ampla do que a minha.
Prosseguindo, descubro o
quanto caminho sobre terrenos escorregadios, sobre áreas pantanosas. Deste
modo, inúmeras vezes padeço da superficialidade do viver onde habitam os
pré-julgamentos, os erros sem volta, os sofrimentos inúteis. E nesse aspecto,
Mestre, recordo as palavras do seu amigo Paulo: “Não faço o bem que quero, mas
o mal que não quero”.
No árduo, franco e humilde
exercício de pensar, reflito sobre o sentido de minha existência. Indago até
que ponto posso alcançar o objetivo máximo de todo ser humano: a felicidade,
compreendida como sensação de bem-estar e plenitude conquistada em determinado
momento, mas não consigo respostas convincentes. Mesmo porquê, meus desejos
sempre esbarram em vontades alheias e sempre uns levarão vantagens sobre
outros, o que faz surgir os derrotados e os vitoriosos. Já perdi várias vezes,
Jesus, várias vezes.
Diante dessa realidade, como
fica o controle sobre meus propósitos e necessidades? Como poderei me
autodeterminar para encontrar os verdadeiros limites de minha liberdade?
Talvez, o único jeito de trilhar as superfícies inescrutáveis do destino ou
enfrentar as ciladas do acaso, seja tentar construir pontes entre mim e os
outros. Talvez, falte ao Natal esse ato de construção, de engenharia humana que
ficou perdido em alguma curva do tempo e que precisaria ser resgatado. Não
acha, Jesus, que pelo menos nesse ponto eu tenho razão? Feliz aniversário,
Senhor.
Título e Texto: Maria Lucia Victor Barbosa, 19-12-2018
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Acredito que nos dias de hoje JESUS faria tudo diferente.
ResponderExcluirPara Maria Lucia Victor Barbosa,
ResponderExcluirComo poderei me autodeterminar para encontrar os verdadeiros limites de minha liberdade?
Caríssima, essa pergunte é fácil responder e não precisas de JESUS.
Basta respeitar a LIBERDADE do outro, esse é o verdadeiro limite.
fui...
jESUS RESOLVEU PRESENTEAR A iNDONÉSIA com um TsunamI ,às vsperas do Natal.
ResponderExcluirohOH! JESUS ...ASSIM FICA DIFÍCIL
PAIZOTE
Pois é...
ExcluirO CRACATOA quando explodiu em 1883 desapareceu junto com parte da ilha, matando cerca de 36000 pessoas, chegou a jogar caravelas e navios 800 km África a dentro, com um tsunami de 40 metros de altura.
Em seu lugar cresce o filho de CRACATOA que hoje já tem 800 metros e produziu essa pequena erupção. Ele cresce 5 metros por ano, e segundo cientistas quando atingir a altura do pai, ou antes produzirá outra erupção de igual ou maior amplitude, que era de 2000 metros. Nós estaremos livre dela pois faltam 240 anos.
http://obviousmag.org/archives/2009/08/vulcao_krakatoa.html